A Igreja Passará Pela Grande Tribulação? Visão Pré-Tribulacionista

I. Introdução: A Igreja e a Grande Tribulação – Uma Visão Pré-Tribulacionista

A escatologia bíblica apresenta diversos debates teológicos, mas poucos são tão intensos quanto a discussão sobre o destino da Igreja durante a Grande Tribulação. Entre as principais correntes de interpretação, pré-tribulacionismo se destaca ao afirmar que os verdadeiros crentes em Cristo serão arrebatados antes desse período de juízo sem precedentes.

Mas por que essa visão é tão significativa? E como ela se alinha com as Escrituras?

A. O Que Você Encontrará Neste Estudo?

  1. Definição clara da Grande Tribulação – Entenda o que a Bíblia realmente diz sobre esse tempo de aflição.
  2. Fundamentos bíblicos do pré-tribulacionismo – Passagens-chave que sustentam a ideia de um arrebatamento pré-tribulacional.
  3. Respostas às objeções mais comuns – Como essa visão lida com os argumentos contrários?

Este estudo não apenas apresentará a perspectiva pré-tribulacionista, mas também fortalecerá sua compreensão sobre a esperança iminente do arrebatamento e o cuidado de Deus para com Sua Igreja. Vamos explorar juntos!

Continue lendo para uma análise detalhada e fundamentada nas Escrituras.

A Igreja Passará Pela Grande Tribulação? Visão Pré-Tribulacionista

II. A Grande Tribulação: O Período Mais Severo da História

A Bíblia revela que a Grande Tribulação (do grego Thlipsis Megale, significando "grande aflição/pressão") será um tempo sem precedentes de juízo divino e sofrimento global. Como Jesus alertou em Mateus 24:21:

"Porque haverá então grande tribulação, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá."

A. Características Essenciais da Grande Tribulação

1. Duração Profética

  • Período de 7 anos divididos em duas fases de 3,5 anos cada (Daniel 9:27)
  • Conhecido como a 70ª semana de Daniel (Daniel 9:24-27)
  • Chamado de "tempo de angústia para Jacó" (Jeremias 30:7)

2. Propósitos Divinos

 Juízo sobre o mundo ímpio (Apocalipse 6-18)
 Purificação e restauração de Israel (Zacarias 13:8-9)
 Manifestação final da justiça de Deus (Apocalipse 19:11-16)

3. Eventos Marcantes

  • O surgimento do Anticristo (2 Tessalonicenses 2:3-4)
  • Abertura dos 7 selos (Apocalipse 6:1-17)
  • Sopro das 7 trombetas (Apocalipse 8-9)
  • Derramamento das 7 taças (Apocalipse 16)
  • Perseguição global aos santos (Apocalipse 13:7)

Dado crucial: A intensidade da Tribulação será tão extrema que, sem a intervenção divina, "ninguém se salvaria" (Mateus 24:22). Isso contrasta radicalmente com a promessa de proteção à Igreja em Apocalipse 3:10.

Continue lendo para entender como a visão pré-tribulacionista posiciona a Igreja em relação a esses eventos proféticos.

III. A Visão Pré-Tribulacionista: Porque a Igreja Não Passará Pela Tribulação

O pré-tribulacionismo apresenta uma das interpretações mais coerentes sobre o destino da Igreja nos últimos tempos, fundamentado em sólidas evidências bíblicas. Esta visão afirma que Cristo arrebatará Sua Igreja antes do início da Grande Tribulação, poupando os crentes desse período sem precedentes de juízo divino.

A. Pilares Bíblicos do Pré-Tribulacionismo

1. O Livramento da Ira Divina (1 Tessalonicenses 5:9)

A Escritura é clara:

  • "Porque Deus não nos destinou para a ira (gr. orgē), mas para alcançarmos a salvação"
  • A Tribulação é explicitamente chamada de "o grande dia da ira deles" (Apocalipse 6:17)
  • Cristo prometeu guardar a Igreja "da hora da provação" (Apocalipse 3:10) - não apenas na provação, mas fora dela

2. A Iminência do Arrebatamento

Características únicas do arrebatamento:

 Pode acontecer a qualquer momento - sem sinais prévios (1 Tessalonicenses 4:16-17)
Os crentes são exortados a esperar Cristo, não a Anticristo (Tito 2:13)
Contrasta com a Segunda Vinda (pós-Tribulação), que tem sinais claros (Mateus 24:15-30)

3. A Distinção Entre Israel e a Igreja

A Bíblia mostra dois propósitos distintos:

  • Israel: Povo da aliança terrestre, foco da Tribulação (Daniel 9:24; Jeremias 30:7)
  • Igreja: Corpo de Cristo, mistério não revelado no AT (Efésios 3:3-6)
  • As 70 semanas de Daniel (Dn 9:24-27) tratam de "seu povo" (Israel), não da Igreja

B. Porque Esta Interpretação Faz Sentido

1.   Harmoniza as promessas de proteção à Igreja com o juízo vindouro

2.   Preserva o caráter iminente da volta de Cristo

3.   Explica a ausência da Igreja nos capítulos tribulacionais de Apocalipse 6-18

Nos próximos tópicos, responderemos às principais objeções a esta visão e fortaleceremos ainda mais esses argumentos.

Destaque Teológico: O pré-tribulacionismo não é sobre "escapismo", mas sobre fidelidade às promessas de Cristo à Sua Noiva (João 14:1-3).

IV. Respostas às Objeções Contra o Pré-Tribulacionismo

A visão pré-tribulacionista, embora bem fundamentada, frequentemente enfrenta questionamentos. Vamos examinar as três principais objeções e oferecer respostas bíblicas sólidas:

A. "A Igreja Sempre Enfrentou Perseguições"

Resposta bíblica:

  • Há diferença qualitativa entre:
    • Perseguições históricas (feitas por homens)
    • A Grande Tribulação (juízo direto de Deus - Apocalipse 6:16-17)

Pontos cruciais:

A Igreja sofre perseguição humana (João 15:20)
A Tribulação é ira divina (1 Tessalonicenses 1:10; 5:9)
Cristo prometeu livrar os crentes da "hora da provação" (Apocalipse 3:10)

B. "João 17:15 Mostra que Ficaremos no Mundo"

Análise contextual:

  • Jesus ora: "Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal"

Distinções importantes:

  • Oração sobre proteção espiritual contínua
  • Não contradiz o arrebatamento futuro
  • Contexto imediato: discípulos permanecendo para evangelizar

Comparação:

  • João 17:15 Ministério terreno
  • 1 Tessalonicenses 4:17 Arrebatamento escatológico

C. "'Tribulação' é um Termo Genérico"

Diferenças lexicais:

  • Thlipsis (tribulação comum)
  • Thlipsis Megale (Grande Tribulação - Mateus 24:21)

Contrastes bíblicos:

Tribulação Geral

Grande Tribulação

Sofrimento humano

Juízo divino

Localizada

Global

Periódica

Única e final

Texto decisivo:

"Porque então haverá grande tribulação, como nunca houve desde o princípio do mundo..." (Mateus 24:21)

Conclusão das Respostas

Estas objeções surgem de:

1.   Confundir natureza diferente dos sofrimentos

2.   Ignorar o caráter único da ira escatológica

3.   Não distinguir os diferentes usos de "tribulação" na Bíblia

A visão pré-tribulacionista permanece como a mais coerente com:

  • A natureza da Igreja
  • As promessas de livramento
  • O plano distinto para Israel e Igreja

No próximo segmento, consolidaremos esses argumentos com uma conclusão prática para a vida dos crentes hoje.

Conclusão: A Bendita Esperança do Arrebatamento Pré-Tribulacional

Ao examinarmos cuidadosamente as Escrituras, a visão pré-tribulacionista se destaca como a interpretação mais consistente com o caráter de Deus e Seus propósitos escatológicos. Esta posição não é mera especulação teológica, mas uma doutrina firmemente enraizada na revelação bíblica.

A. Porque o Pré-Tribulacionismo Faz Sentido Bíblico

1.  Harmoniza com a Natureza de Deus

o    O Deus que poupou Noé do dilúvio (Gêneses 7:1)

o    O Deus que livrou Ló de Sodoma (Gênesis 19:22)

o    Promete igualmente livrar Sua Igreja (1 Tessalonicenses 1:10)

2.  Respeita a Distinção de Alianças

o    Programa profético para Israel (Daniel 9:24)

o    Mistério da Igreja (Efésios 3:3-6)

o    Dois povos, dois propósitos, dois programas

3.  Preserva a Iminência Bíblica

o    "Vigiai, pois, porque não sabeis..." (Mateus 24:42)

o    "Aguardando a bem-aventurada esperança..." (Tito 2:13)

B. Aplicações Práticas para Hoje

Esta doutrina não é apenas para debate acadêmico, mas traz implicações transformadoras:

 Motiva à Santidade (1 João 3:2-3)
 Inspira ao Evangelismo (2 Pedro 3:9)
 Fortalece na Adversidade (Romanos 8:18)
 Alimenta a Esperança (Tito 2:13)

Textos Áureos:

  • "Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançarmos a salvação" (1 Tessalonicenses 5:9)
  • "Consolai-vos uns aos outros com estas palavras" (1 Tessalonicenses 4:18)

Que esta verdade escatológica não seja motivo de divisão, mas de consolo e motivação para vivermos cada dia na expectativa gloriosa do encontro com nosso Noivo celestial. Maranata! Ora vem, Senhor Jesus! (Apocalipse 22:20)

Veja também: A Igreja Passará Pela Grande Tribulação? Visão Pós-Tribulacionista 

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