O Que é Pós-milenismo?

O Que é Pós-milenismo? Uma Introdução

O pós-milenismo é uma visão escatológica — ou seja, uma interpretação sobre os eventos finais da história — que enfatiza o progresso do Reino de Deus no mundo antes da segunda vinda de Cristo. Diferente de outras perspectivas escatológicas, como o pré-milenismo e o amilenismo, o pós-milenismo sustenta que o Evangelho terá um impacto transformador tão profundo na sociedade que resultará em um período prolongado de paz, justiça e prosperidade espiritual, frequentemente chamado de "milênio". Esse período seria seguido pelo retorno de Cristo, que marcaria o fim da história e o estabelecimento definitivo do Reino eterno de Deus.

A origem do pós-milenismo remonta ao período da Reforma Protestante, ganhando maior destaque nos séculos XVII e XVIII, especialmente entre teólogos reformados e puritanos. Nomes como Jonathan Edwards e Charles Hodge contribuíram significativamente para o desenvolvimento dessa visão, argumentando que a Grande Comissão (Mateus 28:18-20) seria cumprida de maneira progressiva, resultando na conversão das nações e na transformação cultural. No entanto, após as guerras mundiais do século XX, o pós-milenismo perdeu parte de sua popularidade, embora continue sendo uma perspectiva relevante e debatida no meio teológico.

O objetivo deste estudo é explorar os conceitos centrais do pós-milenismo, suas bases bíblicas e suas implicações práticas para a vida cristã. Ao longo do texto, você encontrará explicações sobre termos-chave, referências bíblicas detalhadas e respostas a objeções comuns, tudo para ajudar você a entender melhor essa visão escatológica e como ela pode influenciar nossa compreensão do futuro e nossa atuação no presente. Vamos mergulhar nessa jornada para descobrir o que o pós-milenismo tem a nos dizer sobre o plano de Deus para a história humana.

O Que é Pós-milenismo?

Os Fundamentos do Pós-milenismo

Definição e Características Principais

O pós-milenismo é uma visão escatológica que se baseia na crença de que o Reino de Deus se expandirá progressivamente ao longo da história, resultando em um período de paz, justiça e prosperidade espiritual antes da segunda vinda de Cristo. Essa perspectiva enfatiza o poder transformador do Evangelho, que, ao ser pregado a todas as nações, trará uma influência redentora sobre a sociedade, a cultura e as estruturas do mundo.

Uma das características centrais do pós-milenismo é a expectativa de um "milênio" — um tempo de bênção e triunfo da Igreja na Terra. Esse período não é necessariamente entendido como literalmente mil anos, mas como uma era de avanço significativo do Reino de Deus. Ao contrário do pré-milenismo, que espera um milênio literal após a segunda vinda de Cristo, e do amilenismo, que vê o milênio como uma realidade espiritual presente, o pós-milenismo entende que o milênio ocorrerá na história, antes do retorno de Jesus.

Outra característica marcante do pós-milenismo é o seu otimismo em relação ao futuro. Enquanto outras visões escatológicas podem enfatizar o aumento do mal e da apostasia antes do fim, o pós-milenismo acredita que o bem triunfará sobre o mal através da obra contínua do Espírito Santo e da proclamação do Evangelho.

A Etimologia de "Milênio"

A palavra "milênio" vem do termo grego "χίλια τη" (chília étē), que significa literalmente "mil anos". Esse termo aparece seis vezes em Apocalipse 20:2-7, onde é descrito um período em que Satanás é acorrentado e os santos reinam com Cristo.

No pós-milenismo, o "milênio" é frequentemente interpretado de maneira simbólica, representando um longo período de tempo em que o Evangelho terá um impacto transformador sobre o mundo. Embora alguns pós-milenistas possam defender uma interpretação mais literal dos mil anos, a ênfase geral está no significado espiritual e histórico desse período, e não em sua duração exata.

Essa interpretação simbólica está alinhada com a visão de que o milênio não é um evento futuro, mas um processo que já está em andamento, à medida que o Reino de Deus avança através da pregação do Evangelho e da obediência dos cristãos à Grande Comissão. Assim, o pós-milenismo vê o milênio como uma realidade dinâmica, que se manifesta na medida em que a Igreja cumpre sua missão de ser sal da terra e luz do mundo (Mateus 5:13-16).

Esses fundamentos ajudam a entender por que o pós-milenismo é uma visão única e otimista dentro da escatologia cristã, destacando a esperança de que o Evangelho transformará o mundo antes do retorno glorioso de Cristo.

Bases Bíblicas do Pós-milenismo

O Crescimento do Reino de Deus

Uma das principais bases bíblicas do pós-milenismo é a ideia de que o Reino de Deus crescerá progressivamente ao longo da história. Essa visão é claramente ilustrada nas parábolas de Jesus, como a do grão de mostarda e a do fermento, encontradas em Mateus 13:31-33.

Na parábola do grão de mostarda, Jesus compara o Reino dos Céus a uma pequena semente que, ao ser plantada, cresce até se tornar a maior das hortaliças, abrigando até mesmo as aves do céu. Já na parábola do fermento, Ele descreve o Reino como um pouco de fermento que leveda toda a massa. Ambas as parábolas enfatizam o crescimento gradual e expansivo do Reino de Deus, começando de forma modesta, mas resultando em um impacto abrangente e transformador.

O termo grego usado para "Reino" nessas passagens é "βασιλεία" (basileia), que significa "reino" ou "governo". Esse conceito não se refere apenas a um domínio físico, mas a um governo espiritual e moral que se estende sobre todos os aspectos da vida. Para os pós-milenistas, essas parábolas reforçam a ideia de que o Reino de Deus avançará de maneira progressiva, influenciando e transformando o mundo antes da segunda vinda de Cristo.

A Grande Comissão e a Expansão do Evangelho

Outro pilar bíblico do pós-milenismo é a Grande Comissão, registrada em Mateus 28:18-20. Nessa passagem, Jesus declara: "Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei."

Essa missão de discipular todas as nações é vista pelos pós-milenistas como um mandato que garantirá a expansão global do Evangelho. A promessa de Jesus de estar com os discípulos "até o fim dos tempos" (Mateus 28:20) é interpretada como uma garantia de que a Igreja será bem-sucedida em sua missão, resultando na conversão de pessoas de todas as nações.

Além disso, em Atos 1:8, Jesus afirma que os discípulos receberão poder do Espírito Santo para serem Suas testemunhas "em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra". Essa promessa é vista como um impulso divino para a expansão contínua do Evangelho, que, segundo o pós-milenismo, culminará em um período de triunfo espiritual e moral antes do retorno de Cristo.

A Visão de Apocalipse 20

O capítulo 20 de Apocalipse é central para a escatologia cristã e desempenha um papel importante na visão pós-milenista. Nesse texto, João descreve um período de "mil anos" durante o qual Satanás é acorrentado e os santos reinam com Cristo (Apocalipse 20:2-7).

Os pós-milenistas interpretam esses "mil anos" como um período simbólico de triunfo da Igreja na história. A prisão de Satanás (Apocalipse 20:2) é entendida como a restrição do poder do mal, permitindo que o Evangelho se espalhe livremente e transforme o mundo. Essa restrição não significa a eliminação total do pecado, mas uma limitação significativa da influência de Satanás, criando um ambiente propício para o avanço do Reino de Deus.

Essa interpretação é consistente com a visão pós-milenista de que o milênio não é um evento futuro, mas um processo que já está em andamento. O reinado dos santos com Cristo (Apocalipse 20:4) é visto como uma representação da autoridade espiritual da Igreja, que exerce influência sobre o mundo através da proclamação do Evangelho e da aplicação dos princípios bíblicos à sociedade.

Em resumo, o pós-milenismo encontra sólidas bases bíblicas na ideia do crescimento do Reino de Deus, na Grande Comissão e na visão de Apocalipse 20. Esses textos reforçam a esperança de que o Evangelho transformará o mundo, preparando o caminho para o retorno glorioso de Cristo.

Otimismo Escatológico: A Visão Pós-milenista do Futuro

O Progresso do Evangelho na História

O pós-milenismo é marcado por um otimismo escatológico que enxerga o avanço do Evangelho como uma força transformadora na história. Segundo essa visão, a pregação do Evangelho e a obediência dos cristãos à Grande Comissão resultarão em um progresso significativo da justiça, paz e prosperidade espiritual no mundo. Esse avanço não é visto como um processo linear ou sem desafios, mas como uma tendência geral que culminará em um período de bênção e influência global da Igreja.

Uma referência bíblica frequentemente citada pelos pós-milenistas é Isaías 2:2-4, onde o profeta descreve um tempo em que "todas as nações" fluirão para o monte do Senhor. Nessa visão, as nações buscarão a Deus, e Ele julgará entre os povos, estabelecendo a paz e transformando armas em instrumentos de trabalho. Para os pós-milenistas, essa passagem ilustra o impacto transformador do Evangelho, que levará as nações a abandonarem a violência e a buscarem a justiça divina.

Esse otimismo em relação ao futuro não ignora a presença do mal ou dos desafios atuais, mas confia no poder do Espírito Santo para superar esses obstáculos. A Igreja, como agente do Reino de Deus, é chamada a ser um instrumento de transformação, levando a luz do Evangelho a todas as esferas da sociedade.

A Segunda Vinda de Cristo

Uma característica distintiva do pós-milenismo é a expectativa de que a segunda vinda de Cristo ocorrerá após o milênio, marcando o fim da história e o estabelecimento definitivo do Reino eterno de Deus. Diferente do pré-milenismo, que espera um retorno de Jesus antes do milênio, o pós-milenismo entende que o milênio é um período preparatório, durante o qual o Evangelho transformará o mundo, culminando no retorno glorioso de Cristo.

Essa visão é apoiada por passagens como 1 Coríntios 15:24-28, onde Paulo descreve a ordem dos eventos finais. Ele afirma que Cristo "entregará o Reino ao Deus e Pai" após ter "destruído todo domínio, autoridade e poder". Para os pós-milenistas, isso indica que o Reino de Deus será plenamente estabelecido na história antes do retorno de Cristo, que marcará o fim de todas as coisas e a submissão final de todas as forças contrárias a Deus.

Nessa perspectiva, a segunda vinda de Cristo não é um evento que interrompe abruptamente a história, mas o clímax de um processo de redenção que já está em andamento. O milênio, portanto, é visto como um tempo de preparação, durante o qual a Igreja cumpre sua missão de expandir o Reino de Deus, até que "Deus seja tudo em todos" (1 Coríntios 15:28).

Essa visão otimista do futuro não apenas inspira esperança, mas também motiva os cristãos a se engajarem ativamente na transformação do mundo, confiantes de que seu trabalho no Senhor não é em vão (1 Coríntios 15:58). O pós-milenismo, portanto, oferece uma perspectiva escatológica que combina expectativa pelo futuro com um chamado à ação no presente.

Críticas e Respostas Comuns ao Pós-milenismo

Objeções Teológicas

O pós-milenismo, embora seja uma visão escatológica bem fundamentada, não está isento de críticas. Pré-milenistas e amilenistas, em particular, apresentam objeções significativas à visão otimista do pós-milenismo.

Uma das principais críticas dos pré-milenistas é que o pós-milenismo subestima a realidade do mal e do sofrimento no mundo. Eles argumentam que a Bíblia descreve um aumento da apostasia e da iniquidade antes da segunda vinda de Cristo (2 Tessalonicenses 2:3-4), o que parece contradizer a ideia de um progresso contínuo do Reino de Deus. Além disso, os pré-milenistas defendem uma interpretação literal do milênio descrito em Apocalipse 20, que, segundo eles, ocorrerá após o retorno de Jesus, e não antes.

Os amilenistas, por sua vez, questionam a noção de que o milênio seja um período futuro ou um processo histórico. Eles veem o milênio como uma realidade espiritual presente, em que Cristo reina no céu enquanto a Igreja enfrenta tribulações na Terra. Para eles, o otimismo pós-milenista não leva em conta a tensão entre o "já" e o "ainda não" do Reino de Deus, presente em passagens como Romanos 8:18-25.

Em resposta, os pós-milenistas argumentam que o aumento do mal e da apostasia não invalida o progresso do Evangelho. Eles apontam para textos como Mateus 13:24-30 (a parábola do joio e do trigo), que mostram que o bem e o mal coexistem até o fim dos tempos. Além disso, eles enfatizam que o triunfo do Evangelho não significa a eliminação total do pecado, mas uma influência crescente do Reino de Deus sobre o mundo. Quanto ao milênio, os pós-milenistas defendem uma interpretação simbólica de Apocalipse 20, argumentando que o texto descreve um período de restrição do mal e de expansão da Igreja, que já está em andamento.

Desafios Práticos

Outra crítica comum ao pós-milenismo é como ele lida com a presença do mal e do sofrimento no mundo atual. Se o Evangelho está avançando e o Reino de Deus está crescendo, por que ainda vemos tanta injustiça, violência e dor? Essa questão é particularmente relevante em um mundo marcado por guerras, pobreza e crises morais.

Os pós-milenistas reconhecem que o mal e o sofrimento são realidades presentes, mas argumentam que isso não invalida o progresso do Reino de Deus. Eles apontam para Romanos 8:18-25, onde Paulo descreve a criação como sujeita à "futilidade" e "gemendo" em esperança pela redenção. Esse texto sugere que, embora o mundo atual esteja marcado pelo pecado e pela decadência, há uma expectativa de libertação e restauração.

Para os pós-milenistas, o sofrimento atual é parte de um processo maior, em que o Evangelho age como um fermento, transformando gradualmente o mundo. Eles enfatizam que a Igreja é chamada a ser um agente de mudança, levando alívio aos oprimidos e proclamando a esperança do Reino. A presença do mal, portanto, não é um sinal de fracasso, mas um chamado à ação e à perseverança na missão dada por Cristo.

Em resumo, embora o pós-milenismo enfrente críticas teológicas e práticas, ele oferece respostas sólidas baseadas em uma interpretação cuidadosa das Escrituras. Sua visão otimista do futuro não ignora os desafios do presente, mas os enxerga como parte de um processo maior de redenção, que culminará no triunfo final do Reino de Deus.

Implicações Práticas do Pós-milenismo

Engajamento Cultural e Social

Uma das implicações mais significativas do pós-milenismo é o chamado ao engajamento cultural e social como parte integral da missão da Igreja. Para os pós-milenistas, o Evangelho não é apenas uma mensagem de salvação individual, mas uma força transformadora que deve impactar todas as áreas da vida, incluindo a cultura, a política, a educação e a economia.

Essa visão é fundamentada em passagens como Mateus 5:13-16, onde Jesus chama Seus seguidores de "sal da terra" e "luz do mundo". O sal preserva e dá sabor, enquanto a luz dissipa as trevas e guia os passos. Essas metáforas ilustram o papel da Igreja como agente de transformação na sociedade, combatendo a corrupção, promovendo a justiça e refletindo a glória de Deus em um mundo caído.

O pós-milenismo incentiva os cristãos a se envolverem ativamente em suas comunidades, trabalhando para promover valores bíblicos e enfrentando questões como a pobreza, a injustiça e a degradação moral. Essa abordagem não se limita à pregação do Evangelho, mas inclui ações práticas que demonstram o amor de Cristo e o poder do Reino de Deus.

Esperança e Motivação para a Igreja

A visão pós-milenista também oferece uma poderosa fonte de esperança e motivação para a Igreja. Ao acreditar que o Evangelho terá um impacto crescente e transformador no mundo, os cristãos são inspirados a trabalhar com zelo e perseverança, sabendo que seus esforços não são em vão.

Essa motivação é reforçada por textos como Filipenses 2:12-13, onde Paulo exorta os crentes a "trabalhar na sua salvação com temor e tremor", lembrando que "Deus é quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a Sua boa vontade". Para os pós-milenistas, essa passagem enfatiza a cooperação entre o esforço humano e a obra divina. Embora o progresso do Reino de Deus seja uma obra sobrenatural, os cristãos são chamados a participar ativamente, confiando que Deus está agindo através deles para cumprir Seus propósitos.

Essa perspectiva não apenas inspira esperança, mas também encoraja os crentes a perseverar diante dos desafios. Saber que o Reino de Deus está avançando e que o trabalho da Igreja contribui para um futuro glorioso fortalece a fé e a dedicação dos cristãos. O pós-milenismo, portanto, não é apenas uma visão teórica do futuro, mas um chamado à ação e à esperança ativa no presente.

Em resumo, o pós-milenismo tem implicações profundas para a vida prática da Igreja. Ele desafia os cristãos a se engajarem cultural e socialmente, transformando o mundo através do Evangelho, e oferece uma motivação poderosa para perseverar na missão, confiantes de que o Reino de Deus triunfará. Essa visão não apenas molda a maneira como os crentes enxergam o futuro, mas também como vivem e atuam no presente.

Conclusão: O Pós-milenismo e a Esperança Cristã

Ao longo deste estudo, exploramos os fundamentos, as bases bíblicas e as implicações práticas do pós-milenismo, uma visão escatológica que enfatiza o progresso do Reino de Deus na história antes da segunda vinda de Cristo. Vimos como essa perspectiva se baseia em textos como as parábolas do Reino (Mateus 13), a Grande Comissão (Mateus 28:18-20) e a visão de Apocalipse 20, interpretando o milênio como um período de triunfo da Igreja e de transformação global através do Evangelho.

O pós-milenismo oferece uma visão otimista do futuro, enxergando o avanço da justiça, da paz e da prosperidade espiritual como fruto da expansão do Evangelho. Ao mesmo tempo, ele não ignora os desafios do presente, mas os enxerga como parte de um processo maior de redenção, em que a Igreja é chamada a ser sal da terra e luz do mundo (Mateus 5:13-16).

Essa visão escatológica tem o poder de influenciar profundamente a visão de mundo e a prática cristã. Ela nos desafia a nos engajarmos cultural e socialmente, trabalhando para transformar a sociedade à luz dos valores do Reino de Deus. Além disso, ela nos motiva a perseverar na missão, confiantes de que nosso trabalho no Senhor não é em vão (1 Coríntios 15:58).

Convidamos você a aprofundar seu estudo da escatologia e a refletir sobre como o pós-milenismo pode impactar sua vida diária. Entender as diferentes perspectivas sobre o futuro não é apenas um exercício teológico, mas uma oportunidade de renovar nossa esperança e fortalecer nosso compromisso com a missão que Cristo nos confiou. Que essa jornada inspire você a viver com propósito, confiando no poder do Evangelho para transformar o mundo e aguardando com expectativa o dia em que Deus será tudo em todos (1 Coríntios 15:28).

O pós-milenismo, em sua essência, é um convite à esperança ativa e à ação transformadora. Que essa visão nos motive a ser agentes do Reino, trabalhando para que a vontade de Deus seja feita na Terra como no céu.

Referências Bíblicas Adicionais

Para aprofundar seu estudo sobre o pós-milenismo e sua base bíblica, reunimos uma lista de versículos-chave que oferecem insights sobre o avanço do Reino de Deus, a missão da Igreja e a esperança escatológica. Essas passagens são essenciais para entender como o pós-milenismo interpreta o plano de Deus para a história e o futuro.

1.   Salmo 110

o    Um dos textos mais citados no Novo Testamento, este salmo messiânico descreve o domínio de Cristo sobre as nações e Sua vitória final sobre os inimigos. Para os pós-milenistas, essa passagem reforça a ideia de um Reino que se expande progressivamente.

2.   Daniel 2:44

o    "Nos dias desses reis, o Deus dos céus estabelecerá um reino que jamais será destruído [...] Ele mesmo permanecerá para sempre." Essa profecia é vista como uma promessa do estabelecimento e crescimento do Reino de Deus na história.

3.   Romanos 11:25-26

o    Paulo fala sobre a plenitude dos gentios e a salvação de Israel, indicando um plano divino para a redenção de todas as nações. Essa passagem é usada para apoiar a visão de que o Evangelho alcançará todas as etnias antes do retorno de Cristo.

4.   Mateus 24:14

o    "E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim." Essa promessa de Jesus é central para o pós-milenismo, que vê a pregação global do Evangelho como um pré-requisito para o fim dos tempos.

5.   1 Coríntios 15:24-28

o    Paulo descreve a ordem dos eventos finais, incluindo a entrega do Reino ao Pai após a destruição de todo domínio e poder. Essa passagem é usada para sustentar a ideia de um período de triunfo da Igreja antes da segunda vinda.

6.   Isaías 2:2-4

o    Uma visão profética das nações fluindo para o monte do Senhor, buscando Sua justiça e paz. Essa passagem é frequentemente citada para ilustrar o impacto transformador do Evangelho sobre as nações.

7.   Apocalipse 11:15

o    "O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre." Esse versículo é visto como uma confirmação do triunfo final do Reino de Deus sobre todos os poderes terrenos.

8.   Atos 3:19-21

o    Pedro fala sobre os "tempos de restauração de todas as coisas" antes da volta de Cristo, o que os pós-milenistas interpretam como um período de avanço do Reino na história.

9.   Efésios 1:9-10

o    Paulo descreve o plano de Deus de "unir todas as coisas em Cristo, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra." Essa visão de unidade e restauração é central para a esperança pós-milenista.

10.               2 Pedro 3:9

o    "O Senhor não retarda a sua promessa [...] mas é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento." Essa passagem reforça a ideia de que o tempo antes da segunda vinda é uma oportunidade para a expansão do Evangelho.

Essas referências bíblicas oferecem um fundamento sólido para o estudo do pós-milenismo e sua visão otimista do futuro. Ao explorar esses textos, você poderá compreender melhor como o Reino de Deus avança na história e como a Igreja é chamada a participar ativamente dessa missão.

Perguntas Frequentes sobre Pós-milenismo

O pós-milenismo nega a segunda vinda de Cristo?

Não, o pós-milenismo não nega a segunda vinda de Cristo. Pelo contrário, essa visão escatológica afirma que Jesus retornará gloriosamente, mas apenas após um período de avanço significativo do Reino de Deus na Terra, frequentemente chamado de "milênio". A segunda vinda de Cristo é vista como o clímax da história, marcando o fim do milênio e o estabelecimento definitivo do Reino eterno de Deus. Portanto, o pós-milenismo mantém a esperança bíblica no retorno de Jesus, mas com uma ênfase no progresso do Evangelho antes desse evento.

Como o pós-milenismo interpreta o livro de Apocalipse?

O pós-milenismo interpreta o livro de Apocalipse de maneira simbólica e histórica, enfatizando o triunfo progressivo do Reino de Deus. Em relação ao milênio descrito em Apocalipse 20, os pós-milenistas veem os "mil anos" como um período simbólico que representa o avanço da Igreja e a restrição do mal no mundo. A amarração de Satanás (Apocalipse 20:2) é entendida como uma limitação de sua influência, permitindo que o Evangelho se espalhe livremente.

Além disso, o pós-milenismo enxerga muitas das visões de Apocalipse como representações simbólicas de eventos históricos e espirituais, em vez de descrições literais de catástrofes futuras. Essa interpretação reforça a ideia de que o Reino de Deus está se expandindo na história, culminando no retorno de Cristo e na consumação de todas as coisas.

O pós-milenismo é uma visão otimista demais do mundo?

O pós-milenismo é frequentemente criticado por ser excessivamente otimista, especialmente em um mundo marcado por guerras, injustiças e sofrimento. No entanto, os pós-milenistas argumentam que seu otimismo não ignora a realidade do mal, mas se baseia na promessa bíblica de que o Evangelho transformará o mundo de maneira progressiva.

Eles reconhecem que o mal e o sofrimento são realidades presentes, mas veem esses desafios como parte de um processo maior de redenção. Passagens como Romanos 8:18-25, que falam da criação "gemendo" em esperança pela redenção, são usadas para mostrar que o sofrimento atual não invalida o progresso do Reino de Deus. O pós-milenismo, portanto, não é um otimismo ingênuo, mas uma esperança fundamentada na promessa de que o Evangelho triunfará sobre o mal, mesmo em meio às lutas do presente.

Essas perguntas frequentes ajudam a esclarecer alguns dos equívocos comuns sobre o pós-milenismo e destacam como essa visão escatológica combina esperança, engajamento prático e uma profunda confiança no poder transformador do Evangelho.

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