O livro inteiro de Provérbios tem sido uma discussão da sabedoria que vem de cima. Naturalmente, a fonte desta sabedoria é o próprio Deus.
Mas sem entender Deus e nosso lugar diante Dele, seria difícil para nós encontrar razão suficiente para confiar que Sua vontade é melhor e viver nossas vidas de acordo com ela. Portanto, devemos compreender Deus para compreender plenamente a importância da sabedoria contida neste livro.Sobre Deus
"O Senhor me
criou como a primeira das suas obras, o princípio dos seus feitos mais
antigos" (8:22).
A sabedoria está
falando neste verso. Os versículos que seguem mencionam Deus como sendo eterno
(8:23) e nosso Criador (8:24-31). A sabedoria que é discutida no livro de
Provérbios pertence a Ele. Ele não precisava adquirir sabedoria como nós.
Possuía sabedoria antes que o mundo se formasse.
"Não há
sabedoria, nem entendimento, nem conselho contra o Senhor" (21:30).
Porque a sabedoria
pertence a Deus (8:22), Ele é o padrão. Portanto, não podemos desafiá-lo com
sucesso. Jó fez este mesmo ponto sobre Deus: "Se alguém quisesse
contender com ele, não lhe poderia responder uma vez em mil" (Jó
9:3).
"Muitos são
os planos no coração do homem; mas o desígnio do Senhor, esse
prevalecerá" (19:21).
A verdade de Deus é
imutável. Embora o homem tenha "muitos planos", nenhuma de suas
ideias rivalizará com a sabedoria de Deus que vem do alto.
"Os olhos do
Senhor preservam o que tem conhecimento; mas ele transtorna as palavras do
prevaricador" (22:12).
"Os olhos do
Senhor" é uma
frase que se refere à onisciência de Deus (15:3, 2 Crônicas 16:9, Jeremias
16:17, Hebreus 4:13). O Senhor está ciente de tudo o que se passa entre os
homens. Aqueles que amam, praticam e ensinam a verdade, Ele os vê e os abençoa
em seus esforços. Por outro lado, Deus também está ciente das "palavras
do prevaricador" e o destrói por seus trabalhos em oposição à
verdade.
"Toda
palavra de Deus é pura; ele é um escudo para os que nele confiam. Nada
acrescentes às suas palavras, para que ele não te repreenda e tu sejas achado
mentiroso" (30:5-6).
A palavra de Deus
resistiu à prova do tempo e o homem não pode melhorá-la. Portanto, aquele que
tentar melhorar a palavra de Deus acrescentando-lhe "será achado
mentiroso". Não só a palavra de Deus é correta, como ela é
completa, tornando desnecessário adições a ela. Sendo completa como é, Sua
palavra como um "escudo" é capaz de fornecer a perfeita defesa e
proteção para "aqueles que nele confiam".
"O ouvido
que ouve, e o olho que vê, o Senhor os fez a ambos" (20:12).
Como já foi
estabelecido, Deus é o Criador (8:22-31). Mas alguns hoje, em uma tentativa
tola de harmonizar o fato de que Deus é Criador com a teoria ateia da evolução,
sugeriram que Deus criou o universo e estabeleceu processos em movimento que
levariam à evolução da vida como a conhecemos (evolução teísta). Contudo, Deus
não criou a matéria e as condições pelas quais o homem eventualmente evoluiria
das formas mais baixas de vida, que evoluíram de formas ainda mais baixas de
vida. Em vez disso, o homem sábio afirma que Deus fez "O ouvido
que ouve, e o olho que vê" do homem
"Longe está
o Senhor dos ímpios, mas ouve a oração dos justos" (15:29).
Isto é semelhante ao
que o pai de Salomão, Davi, escreveu nos Salmos: "Os olhos do
Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atentos ao seu clamor. A face
do Senhor está contra os que fazem o mal, para desarraigar da terra a memória
deles" (Salmo 34:15-16, 1 Pedro 3:12). Enquanto Salomão menciona
que Deus está "longe dos ímpios", Davi foi mais
longe e disse que Deus é "contra os malfeitores". Deus,
em Sua justiça, não permitirá que os ímpios permaneçam impunes. Embora Ele
possa deixá-los por conta própria por um tempo, Ele acabará por puni-los. Por
outro lado, os justos desfrutam de um contínuo estado de bondade e vigilância
de Deus.
Temor a Deus
"O temor do
Senhor é o princípio do conhecimento; mas os insensatos desprezam a sabedoria e
a instrução" (1:7).
O temor está
inseparavelmente ligado à obediência (Eclesiastes 12:13, Atos 10:35). No
entanto, a fim de obedecer, é preciso ter conhecimento sobre o que obedecer. Os
dois lados do temor - respeito a Deus e terror de Deus - motivam a pessoa a
descobrir o que Deus deseja dela para que ela possa obedecer à vontade do
Senhor.
"Filho meu,
teme ao Senhor, e ao rei; e não te entremetas com os que gostam de
mudanças"(24:21).
Já citamos este
versículo em conexão com amizades e governo. É necessário incluí-lo aqui
também. Não devemos ter um coração de rebelião, mas um coração de submissão a
Deus, enraizado em um temor saudável Dele.
"Ao homem
pertencem os planos do coração; mas a resposta da língua é do Senhor. Todos os
caminhos do homem são limpos aos seus olhos; mas o Senhor pesa os espíritos.
Entrega ao Senhor as tuas obras, e teus desígnios serão estabelecidos. O Senhor
fez tudo para um fim; sim, até o ímpio para o dia do mal. Todo homem arrogante
é abominação ao Senhor; certamente não ficará impune. Pela misericórdia e pela
verdade expia-se a iniquidade; e pelo temor do Senhor os homens se desviam do
mal. Quando os caminhos do homem agradam ao Senhor, faz que até os seus
inimigos tenham paz com ele" (16:1-7).
"Ao homem pertencem os planos do coração; mas a
resposta da língua é do Senhor" (16:1). Os pensamentos e os planos do homem são
inteiramente dele. Mas a verdade - a própria "resposta da língua" - é
de Deus. Devemos sempre olhar para Deus como a fonte da verdade, não para
nossos próprios corações. O Senhor, por meio do profeta, nos lembrou do perigo
de seguir o coração de alguém, em vez de segui-Lo: "O coração é
mais enganoso do que tudo" (Jeremias 17:9).
"Todos os caminhos do homem são limpos aos seus olhos; mas o Senhor
pesa os espíritos"(16:2). O homem é livre para escolher suas
ações e a direção de sua vida. Cada um fará o que parece certo para ele. No
entanto, devemos nos lembrar: Deus nos manterá responsáveis por tudo o que fazemos nesta vida.
"Entrega ao Senhor as tuas obras, e teus desígnios serão
estabelecidos" (16:3). Devemos nos submeter a Deus. Se o
fizermos, desfrutaremos das bênçãos que vêm da obediência a Ele.
"O Senhor fez tudo para um fim; sim, até o ímpio para o dia do mal.
Todo homem arrogante é abominação ao Senhor; certamente não ficará impune" (16:4-5). Isso
não é ensinar que Deus é meticulosamente gerenciando cada momento mundano de
nossas vidas para que tudo aconteça por uma razão. Em vez disso, significa
simplesmente que o futuro de todas as coisas está nas mãos de Deus. Aqueles que
são ímpios enfrentarão um dia o castigo. Aquele que arrogantemente acredita que
está isento deste destino "é uma abominação ao Senhor". Enquanto
ele se recusar a se arrepender, ele não terá nenhuma esperança de escapar do
castigo pela iniquidade que foi determinada por Deus.
"Pela misericórdia e pela verdade expia-se a iniquidade; e pelo
temor do Senhor os homens se desviam do mal" (16:6). O
caminho para evitar o castigo que vem pelo pecado é seguir a "misericórdia
e a verdade". No temor do Senhor, reconheceremos que há um juízo
futuro em que Deus "retribuirá a cada um conforme a sua
obra" (24:12). Sabendo isto, aquele que teme a Deus evitará o
pecado e fará o que é certo para estar preparado para enfrentar o Senhor no dia
do juízo. Aquele que não teme a Deus e, portanto, pratica toda sorte de
iniquidade, não terá seus pecados expiados e progredirá cada vez mais no
pecado.
"Quando os caminhos do homem agradam ao Senhor, faz que até os seus
inimigos tenham paz com ele" (16:7). Há uma paz que vem
de seguir o Senhor. Isso não significa que os inimigos de um homem piedoso
terão necessariamente uma mudança de coração. Pelo contrário, isso significa
que, seguindo os caminhos de Deus, poderíamos ter uma influência positiva sobre
os outros para que eles desejem viver em paz conosco ou, enquanto caminhamos
com sabedoria, o homem mau encontrará pouca razão para nos atacar ou reunir
outros contra nós. Assim que, seguir a ajuda da sabedoria divina leva à paz com
os outros.
"Quem anda
na sua retidão teme ao Senhor; mas aquele que é perverso nos seus caminhos
despreza-o" (14:2).
A prova de que
alguém teme ao Senhor é o andar retamente. Sem praticar a justiça, não se pode
afirmar que ele realmente teme a Deus. Jesus expressou o mesmo princípio de
obediência que prova a devoção a Deus: "Se Me amardes, guardareis
os Meus mandamentos" (João 14:15). Se não guardarmos os
mandamentos do Senhor, nossa afirmação de que o amamos é sem fundamento. Da
mesma forma, se não praticarmos a justiça, nossa alegação de que tememos a Deus
é infundada. Se somos "perversos em nossos caminhos", estamos
mostrando nosso desprezo por Deus e provando que "não há temor de
Deus diante de nossos olhos" (Salmo 36:1, ver Romanos 3:18).
"O temor do
Senhor é odiar o mal; a soberba, e a arrogância, e o mau caminho, e a boca
perversa, eu os odeio" (8:13).
Muitas pessoas
querem afirmar ser religiosas e ter fé em Deus, mas toleram, aceitam e, em
alguns casos, até praticam as coisas más. Se verdadeiramente tememos a Deus,
iremos "odiar o mal" como Ele também odeia (6:16-19).
"No temor do
Senhor há firme confiança; e os seus filhos terão um lugar de refúgio. O temor
do Senhor é uma fonte de vida, para o homem se desviar dos laços da morte" (14:26-27).
O sábio não está
dizendo que aquele que teme a Deus tem o direito de se tornar arrogante. Não se
trata de arrogância, mas de confiança. Se temermos a Deus, entenderemos a
necessidade de obedecer a Ele e então realmente o faremos. Quando sabemos que estamos
servindo ao Senhor, podemos estar confiantes sabendo que estamos obedecendo a
verdade (Sua Palavra), que estamos evitando as consequências do pecado
("os laços da morte") e que temos a esperança de uma recompensa por
Ele ("uma fonte de vida").
"O temor do
Senhor encaminha para a vida; aquele que o tem ficará satisfeito, e mal nenhum
o visitará" (19:23).
Para "ficar
satisfeito", deve-se ter uma consciência limpa e habitar em segurança. À
medida que tememos e obedecemos a Deus, podemos ter uma consciência limpa
sabendo que estamos praticando Sua vontade. Podemos também desfrutar de
segurança através de seguir a Sua palavra (16:7).
"Melhor é o
pouco com o temor do Senhor, do que um grande tesouro, e com ele a
inquietação" (15:16).
Servir a Deus é mais
importante do que qualquer coisa desta vida. Como observamos antes, embora o
livro de Provérbios focaliza muito nas bênçãos da sabedoria que podem ser
encontradas nesta vida, temer a Deus e seguir Sua vontade são muito mais do que
isso. Pode ser que uma pessoa piedosa possua "pouco" ou experimente
"inquietação" na vida. Mas uma vez que ele teme ao Senhor, ele é
melhor do que aquele que possui grande riqueza, mas rejeitou o Senhor.
"Não tenhas
inveja dos pecadores; antes conserva-te no temor do Senhor todo o dia"(23:17).
Haverá momentos em
que vai parecer que os pecadores estão melhor do que nós. Durante esses tempos,
podemos ser tentados a invejá-los. Mas não devemos fazer isso. Como observado
no verso anterior, aquele que teme ao Senhor é melhor do que aquele que não o
teme, independentemente da paz terrena e da prosperidade desfrutada pelo ímpio
(15:16). O futuro daquele que teme a Deus é melhor do que o futuro do ímpio.
Portanto, devemos viver continuamente no temor de Deus para que possamos
agradar a Ele em todas as coisas.
Compreender quem é Deus e o que Ele faz deve ser motivo suficiente para temê-lo
(respeitá-Lo). No entanto, se devemos ter um medo equilibrado do Senhor
(respeito e terror), devemos nos lembrar de nossa responsabilidade perante Ele
e que estaremos diante dele em juízo para que fiquemos motivados a obedecer.
"Porque os
caminhos do homem estão diante dos olhos do Senhor, o qual observa todas as
suas veredas" (5:21).
"Os olhos do
Senhor estão em todo lugar, vigiando os maus e os bons" (15:3).
Deus é onisciente -
Ele vê e sabe tudo (Hebreus 4:13). Não há nenhum lugar para se esconder do
Senhor uma vez que Seus "olhos ... estão em todo
lugar". Não há nada que possamos fazer que esteja além de Sua
consciência, uma vez que nossos "caminhos ... estão diante de
[Seus] olhos ... e Ele observa tudo [Nossos] caminhos". Ao invés
de tentar esconder-se do Senhor, devemos nos esforçar para sermos contados
entre os que são bons, ao invés dos que são maus.
"O Seol e o
Abadom estão abertos perante o Senhor; quanto mais o coração dos filhos dos
homens!" (15:11).
"O espírito
do homem é a lâmpada do Senhor, a qual esquadrinha todo o mais íntimo do
coração" (20:27).
Antes de nos
dizer: "todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele a
quem havemos de prestar contas", o escritor hebreu disse: "A
palavra de Deus é ... apta para discernir os pensamentos e intenções do
coração" 4:12-13). Deus conhece nossos pensamentos e o que está
em nossos corações. Certamente é verdade que ninguém entre nossos semelhantes
pode conhecer nossos pensamentos e intenções. Paulo escreveu: "Pois
quem entre os homens conhece os pensamentos de um homem, exceto o espírito do
homem que nele está?" (1 Coríntios 2:11). Mas Deus é diferente do
homem. Ele "formou o espírito do homem dentro dele" (Zacarias
12:1). Portanto, embora possamos ser capazes de esconder "os
pensamentos e intenções do coração" de outros, é impossível
escondê-los de Deus.
"O rico e o
pobre se encontram; quem os faz a ambos é o Senhor" (22:2).
Embora os homens
possam não tratar os ricos e pobres como iguais, eles são iguais perante Deus.
Uma vez que Deus é o criador, ambos têm uma origem comum, uma vez que eles
foram feitos "à imagem de Deus" (Gênesis 1:27, ver Atos 17:26). Eles
também têm um futuro comum. Quando eles morrerem, "o pó volte para
a terra como o era, e o espírito volte a Deus que o deu" (Eclesiastes
12:7). Não importa quais sejam nossas circunstâncias temporárias nesta vida, um
dia conheceremos nosso criador e teremos de prestar conta do que fizemos em
nossas vidas (Hebreus 9:27; 2 Coríntios 5:10).
"O crisol é
para a prata, e o forno para o ouro; mas o Senhor é que prova os corações" (17:3).
A finalidade do
crisol e do forno era remover da prata e do ouro quaisquer impurezas que
pudessem estar presentes. Deus prova nossos corações da mesma maneira através
do padrão encontrado em Sua palavra revelada. O objetivo para nós - assim como
é com a prata e o ouro - é a pureza. Ao provar nossos corações, Ele está
determinando se somos dignos de uma recompensa ou não.
"Todo
caminho do homem é reto aos seus olhos; mas o Senhor pesa os corações" (21:2).
Todo mundo faz o que
acredita ser certo. Naturalmente, o que se acredita ser certo não é
necessariamente certo (14:12; 16:25; Jeremias 10:23). Se todos fossem um padrão
para si mesmo, então tudo seria justificado. Mas nós respondemos a um poder
maior - Deus. Ele "pesa os corações" (17:3) para determinar se
podemos ou não ser justificados diante dEle.
"Se
disseres: Eis que não o sabemos; porventura aquele que pesa os corações não o
percebe? E aquele que guarda a tua vida não o sabe? E não retribuirá a cada um
conforme a sua obra?" (24:12).
Deus está preocupado
com o que fazemos. Quando estivermos diante dele em juízo, seremos
recompensados ou
castigados com base em nossa obra (2 Coríntios 5:10). Não haverá isenções ou
desculpas naquele dia. Se temermos e obedecermos a Ele, seremos recompensados.
Mas se nós, através da nossa desobediência, demonstrarmos uma falta de temor,
seremos punidos.
Confiando em Deus
"Confia no
Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento.
Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas. Não
sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal. Isso será
saúde para a tua carne; e refrigério para os teus ossos" (3:5-8).
O ponto principal de
Salomão nesta passagem é que devemos colocar nossa confiança em Deus, ao invés
de pensar que podemos encontrar o caminho da sabedoria sem Ele. Mas é
importante que confiemos completamente nele - de todo o nosso coração (3:5) e
em todos os nossos caminhos (3:6). Se fizermos isso, "Ele
endireitará as nossas veredas". Isso não significa que o que
fizermos será correto sempre. Ainda poderemos escolher fazer o que é errado. Em
vez disso, o ponto de Salomão é que Deus direcionará nossos passos a qualquer
grau em que o reconheçamos e confiemos em Seus caminhos. Devemos confiar em
Deus com temor (3:7), sabendo que Deus tem o poder de nos destruir, mas não o
fará enquanto o obedecermos e "nos afastarmos do mal". Isso
fará com que sejamos abençoados por Deus.
"A sorte se
lança no regaço; mas do Senhor procede toda a disposição dela" (16:33).
Este versículo não
significa que tudo o que acontece ou é decidido foi predestinado por Deus. Mais
tarde Salomão escreveu: "...a ocasião e a sorte ocorrem a
todos" (Eclesiastes 9:11). “Lançar a sorte” era uma prática feita
sob a Lei para assuntos que exigiam uma decisão divina (Levítico 16:7-10). Os
apóstolos lançaram sortes para determinar quem substituiria Judas (Atos
1:23-26). Não produzia um resultado aleatório, mas um resultado divinamente
decretado ("mostra qual destes dois tens escolhido" -
Atos 1:24). Isso eliminava a influência do homem na decisão, exigindo assim que
o homem depositasse sua confiança em Deus para a decisão.
"Torre forte
é o nome do Senhor; para ela corre o justo, e está seguro" (18:10).
Há segurança e
proteção no Senhor. No entanto, essa segurança só é desfrutada por aqueles que
correm para Ele para que possam ser protegidos. Não podemos obstinadamente
recusar seguir a Deus e esperar que Ele esteja conosco.
"O receio do
homem lhe arma laços; mas o que confia no Senhor está seguro" (29:25).
Confiar no Senhor é
contrastado com o receio do homem. A implicação é que quando colocamos nossa
completa confiança no Senhor, então não temos razão para temer o homem. Temer o
homem significa que não se tem a fé em Deus que se deveria ter. Portanto,
quando a tribulação vem, ele não se refugia na forte torre do Senhor (18:10). O
problema virá, independentemente da nossa fé em Deus. A única maneira de ser
"exaltado" é manter nossa confiança Nele.
"Não digas:
vingar-me-ei do mal; espera pelo Senhor e ele te livrará" (20:22).
Quando o problema
vier contra nós, provocado por nossos semelhantes, devemos deixar a vingança a
Deus (ver Deuteronômio 32:35, Romanos 12:19). Embora possamos ter que esperar
por Ele, no final, a salvação que Ele oferece é muito maior do que qualquer
vingança que possamos ser capazes de obter para nós mesmos.
Agradando a Deus
"Fazer justiça
e julgar com retidão é mais aceitável ao Senhor do que oferecer-lhe
sacrifício" (21:3).
O tipo de sacrifício
mencionado neste versículo é o sacrifício que seria oferecido pelo pecado. Deus
sempre deu a Seu povo um caminho pelo qual poderiam obter perdão por seus
pecados. No entanto, essa via de perdão - seja os sacrifícios sob a Antiga Lei
ou as orações que oferecemos a Deus hoje (1 João 1:9 e Atos 8:22) - não devem
ser abusados. Embora exista uma via de perdão, a primeira prioridade do povo de
Deus deve ser em primeiro lugar, evitar o pecado (1 João 2:1). É por isso que
Salomão diz que praticar "justiça e julgar com retidão" é
preferível a alguém que precisa buscar o perdão. É como Samuel disse a
Saul: "Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e
sacrifícios, como em que se obedeça à voz do Senhor? Eis que o obedecer é
melhor do que o sacrificar, e o atender, do que a gordura de
carneiros" (1 Samuel 15:22).
"O que
desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração é abominável" (28:9).
Se alguém não
obedecer ao Senhor, demonstrando assim uma falta de temor por Ele, ele não tem
o direito de esperar que o Senhor o ouça quando ele orar. Além disso, o sábio
diz que a oração de quem se recusa a obedecer a Deus "é uma
abominação". Deus não apenas ignora as orações dos desobedientes.
Essas orações são ofensivas para Ele. Davi também falou da oposição ativa de
Deus para com os ímpios, em oposição a alguma indiferença divina: "Os
olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atentos ao seu clamor.
A face do Senhor está contra os que fazem o mal, para desarraigar da terra a
memória deles" (Salmo 34:15-16, 1 Pedro 3:12).
"O
sacrifício dos ímpios é abominável ao Senhor; mas a oração dos retos lhe é
agradável. O caminho do ímpio é abominável ao Senhor; mas ele ama ao que segue
a justiça" (15:8-9).
Assim como a oração
do desobediente é ofensiva para Deus [ver comentários em 28:9], "o
sacrifício dos ímpios" também é ofensivo [ver comentários em
21:3]. Por outro lado, Deus se deleita na "oração dos
retos". Ele quer que o homem chegue a Ele em oração, mas o homem
deve fazer um esforço sincero para agradá-Lo. "Ele ama aquele que
segue a justiça". O fato de que esta é uma busca não significa
que a justiça é inalcançável, mas sim que a justiça é algo que deve ser buscada
continuamente. Requer ação da parte do homem, como escreveu o apóstolo
João: "...quem pratica a justiça é justo, assim como ele é
justo" (1 João 3:7). Mas "o caminho dos
ímpios" - suas ações pecaminosas e a direção ímpia de suas vidas
- é ofensivo para o Senhor.
"Os
desígnios dos maus são abominação para o Senhor; mas as palavras dos limpos lhe
são aprazíveis" (15:26).
Nos versículos
acima, Salomão mostrou o desprezo de Deus pelas orações, sacrifícios e ações
dos ímpios (28:9; 15:8-9). Este versículo vai mais longe ao dizer que "Os
desígnios dos maus são abominação para o Senhor". Deus está
ciente de mais do que o que é visível (nossos caminhos, 15:9) e o que é
dirigido especificamente a Ele (orações, 28:9; sacrifícios, 15:8). Sendo
onisciente, Ele está ciente de nossos pensamentos. Se nossos pensamentos são
maus, eles são "uma abominação" para Ele. A segunda frase deste versículo
é diferente em algumas versões. Enquanto em algumas traduções parece
simplesmente descrever uma característica de "palavras agradáveis"
(que são puras), a versão ARC faz um contraste mais claro com os planos /
pensamentos dos ímpios na primeira parte do verso: “..., mas as
palavras dos limpos são palavras agradáveis". Deus se deleita naqueles que são puros e retos. Essas características
serão vistas até mesmo nas palavras.
"Abominação
para o Senhor são os perversos de coração; mas os que são perfeitos em seu
caminho são o seu deleite" (11:20).
Este versículo
contém o mesmo pensamento que alguns dos versículos anteriormente considerados.
Aqueles que são corruptos em seu coração são ofensivos a Deus. Aqueles que O
obedecem e seguem o caminho da sabedoria são agradáveis a Ele.
"O que
justifica o ímpio, e o que condena o justo, são abomináveis ao Senhor, tanto um
como o outro" (17:15).
Ofender a Deus não é
apenas sobre o que poderíamos fazer que seria direcionado especificamente a Ele
(isto é, orações e sacrifícios - 21:3; 28:9; 15:8). Justificar os ímpios e
condenar os justos também é ofensivo para Ele. Fazer estas coisas mostra um
desprezo pela lei de Deus (justificar os ímpios) e um desprezo pelo povo de
Deus (condenar os justos). Não podemos agradar a Deus se não respeitarmos Sua
lei o suficiente para reconhecer e admitir o pecado. Também não podemos agradar
a Deus se não amamos Seu povo.