Uma vez que grande parte do livro de Provérbios se dirige ao filho do sábio, Salomão gasta muito tempo discutindo sobre as mulheres. Ele adverte seu filho sobre certas mulheres que devem ser evitadas. Ele também dá instruções sobre as bênçãos de uma boa esposa e discute seu caráter para que ela possa ser identificada.
Advertência Sobre a Adúltera
Embora grande parte
do livro de Provérbios contém instruções breves sobre uma ampla gama de
tópicos, há várias seções longas que lidam com os perigos da adúltera. Isso por
si só deve servir como um aviso para nós sobre a grave ameaça que as mulheres
imorais representam para homens piedosos. Assim o homem sábio implora
firmemente com seu filho para não seguir após a adúltera.
"Filho meu,
atende à minha sabedoria; inclinam teu ouvido à minha prudência; para que
observes a discrição, e os teus lábios guardem o conhecimento. Porque os lábios
da mulher licenciosa destilam mel, e a sua boca e mais macia do que o azeite;
mas o seu fim é amargoso como o absinto, agudo como a espada de dois gumes. Os
seus pés descem à morte; os seus passos seguem no caminho do Seol. Ela não
pondera a vereda da vida; incertos são os seus caminhos, e ela o ignora. Agora,
pois, filhos, dai-me ouvidos, e não vos desvieis das palavras da minha boca.
Afasta para longe dela o teu caminho, e não te aproximes da porta da sua casa;
para que não dês a outros a tua honra, nem os teus anos a cruéis; para que não
se fartem os estranhos dos teus bens, e não entrem os teus trabalhos na casa do
estrangeiro, e gemas no teu fim, quando se consumirem a tua carne e o teu
corpo, e digas: Como detestei a disciplina! E desprezou o meu coração a
repreensão! E não escutei a voz dos que me ensinavam, nem aos que me instruíam
inclinei o meu ouvido! Quase cheguei à ruína completa, no meio da congregação e
da assembleia" (5:1-14).
"Filho meu, atende à minha sabedoria..." (5:1-2). Salomão começa
esta seção com mais uma chamada para que seu filho ouça a instrução. Estas
advertências são inúteis se não prestarmos atenção a elas.
"Porque os lábios da mulher licenciosa destilam mel, e a sua boca e
mais macia do que o azeite; mas o seu fim é amargoso como o absinto, agudo como
a espada de dois gumes" (5:3-4). A primeira forma que
Salomão menciona em que a adúltera tenta os homens é através de suas palavras.
Através de seu discurso, ela torna-se atraente e disponível. Isso será
discutido mais adiante em uma passagem posterior (7:13-21). No entanto,
qualquer coisa pode parecer boa e atraente se ignorarmos as consequências.
Embora a adúltera use palavras para fazer a si mesma e o ato de fornicação
parecer atraente, o resultado final é "amargoso como
absinto". Como Salomão diz mais tarde: "Cova
profunda é a boca da adúltera; aquele contra quem o Senhor está irado cairá
nela" (22:14).
"Os seus pés descem à morte; os seus passos seguem no caminho do
Seol" (5:5). Por causa de seus caminhos pecaminosos, ela
está caminhando para a destruição. Aqueles que a seguirem encontrar-se-ão com o
mesmo destino (veja 7:26-27).
"Ela não pondera a vereda da vida; incertos são os seus caminhos, e
ela o ignora" (5:6). A NTLH traduz isso como se a
adúltera não "anda na estrada da vida". No entanto,
a Versão NVI diz: "Ela nem percebe que anda por caminhos
tortuosos", sugerindo que o jovem advertido por seu pai deveria
não se esquecer de "ponderar o caminho da vida". Em
ambos os casos, o ponto para o jovem a quem este é escrito é que ele deve
considerar a adúltera e a instabilidade de seus caminhos e não a seguir.
"Agora, pois, filhos, dai-me ouvidos, e não vos desvieis das
palavras da minha boca. Afasta para longe dela o teu caminho, e não te
aproximes da porta da sua casa" (5:7-8). Embora Salomão
começou esta seção dirigindo-se a seu "filho" (5:1), ele agora se
dirige a "filhos" (5:7), implicando que esta instrução não era apenas
para uma pessoa em particular num conjunto de circunstâncias únicas. O problema
que ele aborda é bastante comum para que todos possam aprender com sua
instrução aqui. Então, ele adverte os jovens a se manterem "longe
dela e não se aproximem da porta da sua casa" (5:8). É tolice
alguém colocar-se em uma situação difícil desnecessariamente. Se a tentação
pode ser evitada mantendo-se longe da tentadora, então isso deve ser feito. Não
se deve ver quão perto ele pode chegar ao pecado ou à tentação. Tanto quanto
está em seu poder, ele deve ficar longe dele.
"para que não dês a outros a tua honra, nem os teus anos a cruéis;
para que não se fartem os estranhos dos teus bens, e não entrem os teus
trabalhos na casa do estrangeiro, e gemas no teu fim, quando se consumirem a
tua carne e o teu corpo" (5:9-11). Nesses
versículos, Salomão menciona três maneiras pelas quais a adúltera causa dano
àqueles que a perseguem. Primeiro, há consequências pessoais (5:9) quando
alguém dá o seu "vigor" ou "honra". O ponto é que a
reputação de alguém é arruinada por sua associação com a adúltera. Seus anos
vão para os "cruéis" por causa das dificuldades futuras que ele terá
de suportar por causa de suas escolhas. Em segundo lugar, há consequências
financeiras (5:10) como "para que não se fartem os estranhos dos
teus bens, e não entrem os teus trabalhos na casa do estrangeiro" (6:26;
29:3). Terceiro, há consequências físicas (5:11) quando "se
consumirem a tua carne e o teu corpo", referindo-se aos efeitos
negativos e doenças que são frequentemente associadas à promiscuidade sexual.
Embora o pecado sexual muitas vezes pareça atraente no início, Salomão afirma
que aquele que segue a adúltera "gemerá no seu fim".
"e digas: Como detestei a disciplina! E desprezou o meu coração a
repreensão! E não escutei a voz dos que me ensinavam, nem aos que me instruíam
inclinei o meu ouvido! Quase cheguei à ruína completa, no meio da congregação e
da assembleia" (5:12-14). Quem segue a adúltera terá de
viver com a culpa e o arrependimento de seu pecado. Salomão ressalta que não é
por falta de instrução que se torna presa da sedutora. Conselhos sábios sempre
aconselharão a pessoa a evitar a adúltera. Assim, para que alguém se envolva
nesse pecado, ele deve odiar a instrução, desprezar a repreensão e não ouvir
aqueles que tentam guiá-lo nos caminhos da sabedoria. Uma vez que ele cai em
si, ele terá que lidar com as consequências de seu pecado, a culpa associada
com suas ações, e a angústia mental de saber que tudo isso poderia ter sido
completamente evitado se ele tivesse ouvido seus conselheiros. Faríamos bem em
aprender com instruções como esta, ao invés de ter que cometer os mesmos erros
por nós mesmos.
"para te
guardarem da mulher má, e das lisonjas da língua da adúltera. Não cobices no
teu coração a sua formosura, nem te deixes prender pelos seus olhares. Porque o
preço da prostituta é apenas um bocado de pão, mas a adúltera anda à caça da
própria vida do homem. Pode alguém tomar fogo no seu seio, sem que os seus
vestidos se queimem? Ou andará sobre as brasas sem que se queimem os seus pés?
Assim será o que entrar à mulher do seu próximo; não ficará inocente quem a
tocar. Não é desprezado o ladrão, mesmo quando furta para saciar a fome? E, se
for apanhado, pagará sete vezes tanto, dando até todos os bens de sua casa. O
que adultera com uma mulher é falto de entendimento; destrói-se a si mesmo,
quem assim procede. Receberá feridas e ignomínia, e o seu opróbrio nunca se
apagará; porque o ciúme enfurece ao marido, que de maneira nenhuma poupará no
dia da vingança. Não aceitará resgate algum, nem se aplacará, ainda que
multipliques os presentes" (6:24-35).
"para te guardarem da mulher má, e das lisonjas
da língua da adúltera" (6:24). Antes deste versículo, Salomão emitiu outro apelo para que seu
filho "observasse o mandamento de seu pai e ... o ensinamento de
sua mãe" (6:20). Esta instrução é projetada para "te
guardarem da mulher má".
"Não cobices no teu coração a sua formosura, nem te deixes prender
pelos seus olhares" (6:25). A primeira coisa que
se notaria sobre esta mulher é a maneira que ela olha. Nenhuma transgressão é
cometida por simplesmente olhar para uma mulher. Em vez disso, Salomão
adverte: "Não cobices no teu coração a sua formosura". Jesus
advertiu mais tarde: "Eu, porém, vos digo que todo aquele que
olhar para uma mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com
ela" (Mateus 5:28). Quando se deseja uma mulher, cometendo assim
adultério com ela em seu coração, torna-se muito mais fácil cometer o ato de
adultério quando a oportunidade se apresenta. Assim o homem sábio adverte que
não se deve focalizar na adúltera e na luxúria após ela. Ele então adverte
sobre o homem receber a atenção da adúltera ("nem te deixes prender
pelos seus olhares”). Com um olhar ela é capaz de captar a atenção de sua
vítima e estender um convite implícito para ele agir sobre a luxúria que está
em seu coração.
"Porque o preço da prostituta é apenas um bocado de pão, mas a
adúltera anda à caça da própria vida do homem" (6:26). Um
"bocado de pão" refere-se à dificuldade financeira que vem a alguém
que vai atrás da adúltera, como ele é incapaz de prover outros alimentos.
Outras passagens também advertem sobre isso (5:10; 29:3). Mas Salomão também
adverte aqui que a "adúltera anda à caça da própria vida do
homem". Ela está ativamente tentando encontrar alguém para
seduzir, ao invés de ser pega, sem querer, numa situação comprometedora.
"Pode alguém tomar fogo no seu seio, sem que os seus vestidos se
queimem? Ou andará sobre as brasas sem que se queimem os seus pés? Assim será o
que entrar à mulher do seu próximo; não ficará inocente quem a
tocar" (6:27-29). Alguns tomam a analogia de Salomão de
que alguém tomar "fogo no seu seio" e aplica-o ao
homem deseja uma mulher. A concupiscência é certamente condenada neste contexto
(6:25), mas este versículo está fazendo um ponto diferente. Tomar fogo no peito
e andar sobre brasas não está se referindo à luxúria, mas ao ato de adultério ("aquele
que entrar a mulher do seu próximo”). O ponto de Salomão é que cometer
adultério produz algumas consequências inevitáveis e destrutivas.
"Não é desprezado o ladrão, mesmo quando furta para saciar a fome?
E, se for apanhado, pagará sete vezes tanto, dando até todos os bens de sua
casa" (6:30-31). Esses versículos não estão tolerando o
roubo sob certas circunstâncias (fome). Em vez disso, Salomão ressalta que,
embora o roubo esteja sempre errado, o homem é muitas vezes simpatizante para
com quem rouba unicamente com o propósito de alimentar a si mesmo ou a sua
família. Mas mesmo que alguém possa ser simpático, o ladrão deve ainda restituir
seu crime.
"O que adultera com uma mulher é falto de entendimento; destrói-se a
si mesmo, quem assim procede" (6:32). Ao
contrário do ladrão roubando para alimentar-se a si mesmo e que poderia
encontrar simpatia por causa de suas circunstâncias, "aquele que
comete adultério ... é falto de entendimento". Não há desculpa
para isso e só leva a problemas. Isto é explicado mais adiante nos versos
seguintes.
"Receberá feridas e ignomínia, e o seu opróbrio nunca se apagará;
porque o ciúme enfurece ao marido, que de maneira nenhuma poupará no dia da
vingança. Não aceitará resgate algum, nem se aplacará, ainda que multipliques
os presentes" (6:33-35). Embora alguém possa estar
disposto a perdoar um ladrão faminto que faz a restituição, não haverá tal perdão
para o adúltero. A raiva de um marido ciumento será dirigida sem misericórdia
para com aquele que se entregou à sedutora. Nenhum resgate pode ser pago que
faça restituição pelo que foi feito. Não haverá desculpas que possam justificar
as ações de alguém. Em vez disso, quem segue a adúltera terá que sofrer feridas
(ameaças de dano físico ou dano físico real contra ele, vindo daqueles que
foram prejudicados por ele), desgraça (sua reputação será arruinada) e
reprovação que não será apagada (as pessoas continuarão a lembrar e manter um
rancor contra ele pelo que ele fez).
"Filho meu,
guarda as minhas palavras, e entesoura contigo os meus mandamentos. Observa os
meus mandamentos e vive; guarda a minha lei, como a menina dos teus olhos.
Ata-os aos teus dedos, escreve-os na tábua do teu coração. Dize à sabedoria: Tu
és minha irmã; e chama ao entendimento teu amigo íntimo, para te guardarem da
mulher alheia, da adúltera, que lisonjeia com as suas palavras. Porque da
janela da minha casa, por minhas grades olhando eu, vi entre os simples,
divisei entre os jovens, um mancebo falto de juízo, que passava pela rua junto
à esquina da mulher adúltera e que seguia o caminho da sua casa, no crepúsculo,
à tarde do dia, à noite fechada e na escuridão; e eis que uma mulher lhe saiu
ao encontro, ornada à moda das prostitutas, e astuta de coração. Ela é
turbulenta e obstinada; não param em casa os seus pés; ora está ela pelas ruas,
ora pelas praças, espreitando por todos os cantos. Pegou dele, pois, e o
beijou; e com semblante impudico lhe disse: Sacrifícios pacíficos tenho comigo;
hoje paguei os meus votos. Por isso saí ao teu encontro a buscar-te
diligentemente, e te achei. Já cobri a minha cama de cobertas, de colchas de
linho do Egito. Já perfumei o meu leito com mirra, aloés e cinamomo. Vem,
saciemo-nos de amores até pela manhã; alegremo-nos com amores. Porque meu
marido não está em casa; foi fazer uma jornada ao longe; um saquitel de
dinheiro levou na mão; só lá para o dia da lua cheia voltará para casa. Ela o
faz ceder com a multidão das suas palavras sedutoras, com as lisonjas dos seus
lábios o arrasta. Ele a segue logo, como boi que vai ao matadouro, e como o
louco ao castigo das prisões; até que uma flecha lhe atravesse o fígado, como a
ave que se apressa para o laço, sem saber que está armado contra a sua vida.
Agora, pois, filhos, ouvi-me, e estai atentos às palavras da minha boca. Não se
desvie para os seus caminhos o teu coração, e não andes perdido nas suas
veredas. Porque ela a muitos tem feito cair feridos; e são muitíssimos os que
por ela foram mortos. Caminho de Seol é a sua casa, o qual desce às câmaras da
morte" (7:1-27).
"Filho meu, guarda as minhas palavras, e
entesoura contigo os meus mandamentos. [...] para te guardarem da mulher
alheia, da adúltera, que lisonjeia com as suas palavras" (7:1-5). Mais uma vez, temos um pai dando uma
advertência a seu filho sobre os perigos da adúltera (ver 5:1-2, 6:20-24).
Certas instruções são muitas vezes repetidas para dar ênfase. Este é certamente
um tópico que o homem sábio quis impressionar sobre seu filho.
"Porque da janela da minha casa, por minhas grades olhando eu, vi
entre os simples, divisei entre os jovens, um mancebo falto de juízo" (7:6-7). Os
perigos que o homem pode permitir-se experimentar em sua ingenuidade são muitas
vezes observáveis para
os outros. O sábio fala de ser capaz de ver como um jovem
estava se aproximando perigosamente da tentação.
No entanto, o jovem era alheio ao problema que estava por vir porque ele estava "falto de juízo". Em outras palavras, ele havia fechado sua
mente à sabedoria e estava tolamente se colocando em posição de ser severamente
tentado. Precisamos ter bastante sentido e consciência para evitar a tentação
sempre que possível.
"que passava pela rua junto à esquina da mulher adúltera e que
seguia o caminho da sua casa, no crepúsculo, à tarde do dia, à noite fechada e
na escuridão" (7:8-9). Este jovem se colocou tolamente
numa situação perigosa. Ele se encontrava no lugar errado ("junto à
esquina da mulher adúltera e que seguia o caminho da sua casa”) no
momento errado ("no crepúsculo ... á tarde do dia ... meio da noite ...
escuridão") não por acaso, mas por escolha.
"e eis que uma mulher lhe saiu ao encontro, ornada à moda das prostitutas,
e astuta de coração"(7:10). Já notamos como a adúltera estava
ativamente tentando capturar alguém no pecado - "a adúltera anda à
caça da própria vida do homem" (6:26). Aqui, depois que o jovem
ingênuo insensatamente toma o caminho da sua casa, ela aproveita a oportunidade
e sai para encontrá-lo. A primeira coisa que ele vai notar sobre essa mulher é
sua roupa. Ela usa "o traje de uma prostituta", que só vai
acrescentar combustível para o fogo de qualquer pensamento de luxuria que possa
ter. Isso é deliberado de sua parte, porque ela é "astuta de
coração". Mas o que qualquer mulher deve lembrar é que se ela
sair "ornada à moda das prostitutas", vestindo
roupas que convida luxúria, ela tem cumplicidade no pecado do homem que a
deseja, independentemente se sua intenção era ou não seduzi-lo (como era a
intenção da prostituta).
“Ela é turbulenta e obstinada; não param em casa os seus pés; ora está
ela pelas ruas, ora pelas praças, espreitando por todos os cantos" (7:11-12). Esta
mulher é o oposto da esposa tranquila e submissa que foi mais tarde elogiada
pelo apóstolo Paulo (1 Timóteo 2:11). A adúltera é "barulhenta e
obstinada" em vez disso. Salomão diz: "Seus pés não
param em casa", porque ela não está interessada no papel
doméstico que Deus deu às mulheres (Gênesis 2:18, Tito 2:4-5).
"Aproximou-se dele, pois, e o beijou; e com semblante impudico lhe
disse: Sacrifícios pacíficos tenho comigo; hoje paguei os meus votos. Por isso
saí ao teu encontro a buscar-te diligentemente, e te achei. Já cobri a minha
cama de cobertas, de colchas de linho do Egito. Já perfumei o meu leito com
mirra, aloés e cinamomo" (7:13-17). Salomão adverte que
a adúltera fará tudo o que puder para cometer o ato de adultério conveniente.
Já foi descrita como saindo ao encontro do jovem, em vez de esperar que ele
viesse a ela (7:10). Ela se veste como uma prostituta para incitar a luxúria em
seu coração (7:10). Ela é selvagem e rebelde, sugerindo que ela está
interessada em cumprir qualquer desejo mundano e sensual que ela possa ter, ao
invés de submeter-se à vontade de Deus (7:11). Ela já está nas ruas e nas
esquinas (7.11-12). Então, nesses versículos, ela inicia o caso quando "o
apanha e beija" (7:13). Sua declaração sobre ofertas de paz
sugere que, em sua mente, ela cumpriu qualquer obrigação religiosa que ela
possa ter tido, liberando assim seu tempo agora para fazer o que ela quisesse
(7:14). Ela faz com que esse jovem se sinta desejado ao afirmar que o procurou
com sinceridade, ao mesmo tempo em que insinuava que estava preparada para o
caso sem qualquer persuasão dele (7:15). Ela até preparou o lugar para seu
encontro sexual (7:16-17). Qualquer obstáculo que pudesse atrasar o caso,
dando-lhe assim mais tempo para perceber o terrível erro que estava prestes a
fazer e fugir dela, ela faz tudo o que pode para removê-lo.
"Vem, saciemo-nos de amores até pela manhã; alegremo-nos com
amores" (7:18). Sua oferta é atraente para muitos - para
satisfazer desejos sexuais sem qualquer compromisso de longo prazo. Seu convite
é apenas "até pela manhã". Trata-se de cumprir o
desejo sem qualquer sentido de responsabilidade.
"Porque meu marido não está em casa; foi fazer uma jornada ao longe;
um saquitel de dinheiro levou na mão; só lá para o dia da lua cheia voltará
para casa" (7:19-20). Um dos perigos de cometer
adultério com a esposa de outro homem é ter que lidar mais tarde com seu marido
ciumento (ver comentários em 6:33-35). No entanto, ela convence o jovem que
ninguém vai pegá-los - nem mesmo seu marido, porque ele "foi fazer
uma jornada ao longe" e não vai estar em casa em breve. É claro
que, mesmo que o próximo não descubra, Deus ainda sabe (Gênesis 39:7-10). Mas
no calor do momento, aquele que está sendo tentado muitas vezes se esquece de
Deus. Assim, a promessa de não ser pego pelo homem torna-se muito atraente.
"Ela o faz ceder com a multidão das suas palavras sedutoras, com as
lisonjas dos seus lábios o arrasta. Ele a segue logo, como boi que vai ao
matadouro, e como o louco ao castigo das prisões; até que uma flecha lhe
atravesse o fígado, como a ave que se apressa para o laço, sem saber que está
armado contra a sua vida" (7:21-23). Depois de tudo o
que faz para seduzi-lo, "De repente ele a segue" (7:22).
De repente, sua força de vontade cede lugar à luxúria de seu coração. Salomão não
faz nenhuma menção específica do caso depois que o jovem decide se envolver
nele. Está implícito, é claro. Mas é significativo que o tempo em que
eles "se saciam de amor até pela manhã" em sua
cama "perfumada ... com mirra, aloés e canela" (7:17-18)
é completamente ignorado no texto. Em vez disso, Salomão vai direto às
consequências dessas ações - matança, disciplina e um laço. Uma vez que o
pecado foi cometido e as consequências negativas começam a tomar efeito,
os "prazeres passados do pecado" (Hebreus 11:25) de
repente não mais vale a pena mencionar.
"Agora, pois, filhos, ouvi-me, e estai atentos às palavras da minha
boca. Não se desvie para os seus caminhos o teu coração, e não andes perdido
nas suas veredas. Porque ela a muitos tem feito cair feridos; e são muitíssimos
os que por ela foram mortos. Caminho de Seol é a sua casa, o qual desce às
câmaras da morte" (7:24-27). A prostituta pode tornar o
adultério conveniente, atraente e aparentemente sem consequências. Mas não há
como escapar do juízo de Deus. Muitos se tornaram vítimas dela. O resultado
final de seu pecado é a morte.
"A mulher
tola é alvoroçadora; é insensata, e não conhece o pudor. Senta-se à porta da
sua casa ou numa cadeira, nas alturas da cidade, chamando aos que passam e
seguem direitos o seu caminho: Quem é simples, volte-se para cá! E aos faltos
de entendimento diz: As águas roubadas são doces, e o pão comido às ocultas é
agradável. Mas ele não sabe que ali estão os mortos; que os seus convidados
estão nas profundezas do Seol" (9:13-18).
"A mulher tola é alvoroçadora; é insensata, e não
conhece o pudor" (9:13). A "mulher tola" aqui é a adúltera que havia sido
discutida anteriormente. Salomão salienta novamente que ela é
"alvoroçadora", ao invés de possuir o espírito tranquilo que as mulheres
deveriam ter [ver comentários sobre 7:11]. Ela também é "insensata",
provando por suas ações que ela não sabe nada da sabedoria de Deus (ou se ela
sabe, ela pelo menos não entende a importância dela, uma vez que ela está
rejeitando-a), nem das consequências que virão sobre ela por suas ações.
"Senta-se à porta da sua casa ou numa cadeira, nas alturas da
cidade, chamando aos que passam e seguem direitos o seu caminho: Quem é
simples, volte-se para cá! E aos faltos de entendimento diz"(9:14-16). No
início deste capítulo, a Sabedoria ofereceu o mesmo convite que a
adúltera: "Quem é simples, volte-se para cá" (9:4,
1:22-23, 8:5-6). Uma das razões pelas quais o livro de Provérbios foi
escrito "para se dar aos simples prudência" (1:4).
Tal prudência levará o homem as afastar da adúltera. Assim, ela deve fazer seu
apelo a essas mesmas pessoas ingênuas para que ela possa pegá-los antes que
eles adquiram a sabedoria que vem de cima. No entanto, ela também se dirige
àquele que "seguem direitos o seu caminho" (9:15).
Pode-se estar seguindo o caminho da justiça e ainda ceder à tentadora. Mas para
que isso aconteça, ele deve esquecer as palavras da sabedoria e as
consequências da iniquidade. Infelizmente, isso acontece com demasiada
frequência. Portanto, mesmo aqueles que andam em linha reta devem se proteger
das tentações da adúltera, para que ele não se esqueça da gravidade de seu
pecado e, eventualmente, a siga em pecado.
"Quem é simples, volte-se para cá! E aos faltos de entendimento diz:
As águas roubadas são doces, e o pão comido às ocultas é agradável" (9:16-17). Além
do prazer que normalmente se pode experimentar pelas relações sexuais, a
adúltera tenta fazer com que o caso com ela pareça ainda mais atraente do que
as relações sexuais legítimas. Ela faz isso afirmando que as coisas roubadas e
secretas são doces e agradáveis. Muitos desejam a emoção que vem de estar
envolvido em um assunto proibido; assim que a adúltera faz este apelo. No
entanto, tudo isso ignora as consequências que Salomão ressalta no versículo
seguinte.
"Mas ele não sabe que ali estão os mortos; que os seus convidados
estão nas profundezas do Seol"(9:18). Todo apelo da adúltera
é destinado a se concentrar em prazeres temporários. Ignoram tudo que pertence
ao futuro - particularmente o destino eterno do homem após esta vida. Mas
Salomão termina com este lembrete sóbrio: aqueles que cederem às tentações da
adúltera só terão morte e destruição pela frente.
"Porque cova
profunda é a prostituta; e poço estreito é a aventureira. Também ela, como o
salteador, se põe a espreitar; e multiplica entre os homens os
prevaricadores" (23:27-28).
Como Salomão já
apontou, a adúltera é uma armadilha que enlaça os homens (6:26). Ela
convence-os a rejeitar o convite oferecido pela sabedoria divina (9:4) em troca
dos prazeres temporários que ela oferece (9:16-17).
"Tal é o
caminho da mulher adúltera: ela come, e limpa a sua boca, e diz: não pratiquei
iniquidade" (30:20).
Esta mulher está tão
longe da vontade de Deus que não sente remorso por suas ações. Ela se tornou
insensível em sua consciência e acredita que ela não está fazendo nada de
errado.
"O que ama a
sabedoria alegra a seu pai; mas o companheiro de prostitutas desperdiça a sua
riqueza" (29:3).
Além das
consequências mais óbvias do adultério, Salomão lembra-nos novamente do fato de
que a associação com as meretrizes faz com que o homem desperdice seu dinheiro
(ver 5:10; 6:26). Assim, além da imoralidade sexual, aquele que segue a
adúltera também é culpado por não ter exercido boa administração sobre as
bênçãos que recebeu de Deus.
Depois de considerar as advertências sobre a mulher adúltera, voltemos nossa
atenção para a esposa virtuosa que nos é recomendada no livro de Provérbios. Há
dois pontos básicos que são abordados: as bênçãos e o caráter da esposa
virtuosa.
As Bênçãos de Uma Esposa Virtuosa
Embora a mulher
adúltera prometa o cumprimento temporário dos desejos sexuais sem qualquer
compromisso de longo prazo (7:18), o sábio deixa claro que é muito melhor
procurar uma boa esposa do que seguir a adúltera.
"A mulher
virtuosa é a coroa do seu marido; porém a que procede vergonhosamente é como
apodrecimento nos seus ossos" (12:4).
Algumas das
passagens do livro de Provérbios que discutem as bênçãos da boa esposa fazem um
contraste entre ela e a pessoa que causa problemas para o marido. É importante
notar que Salomão não está incentivando seu filho a se casar simplesmente por
causa de se casar. Uma esposa que "envergonha" seu marido "é
como apodrecimento nos seus ossos". Há algumas mulheres que, por
causa de seu caráter impiedoso, contencioso e egoísta, não são dignas de
consideração quando se está procurando um cônjuge. Mas uma "esposa
virtuosa", se alguém é paciente o suficiente para encontrá-la, "é
a coroa de seu marido".
"Quem
encontra uma esposa acha uma coisa boa; e alcança o favor do Senhor" (18:22).
Lembrando o que
Salomão diz no versículo anteriormente considerado (12:4), a esposa que está
sendo discutida neste versículo não é apenas uma esposa, mas é a esposa
virtuosa. No capítulo seguinte, o sábio diz: "Casa e riquezas são
herdadas dos pais; mas a mulher prudente vem do Senhor" (19:14).
Aquele que encontra tal bênção "alcança o favor do Senhor". Deus
instituiu o casamento no princípio (Gênesis 2:18-24). Portanto, todas as
bênçãos que vêm do relacionamento conjugal são possíveis por causa do plano
perfeito de Deus para o homem e a mulher.
"A mulher
aprazível obtém honra, e os homens violentos obtêm riquezas" (11:16).
A "mulher
graciosa" é contrastada aqui com "homens violentos". Esses
homens já foram discutidos sob o tema da obtenção de riqueza. A palavra
"violentos" denota quem é terrível, implacável, tirânico e até
opressor dos outros. A "mulher graciosa" é o oposto disso, em que ela
mostra bondade para com os outros e não procura elevar-se à custa dos outros.
Este é o tipo de mulher que é digna de honra, e, portanto, deve ser procurada
por alguém que está sabiamente procurando uma esposa.
"Como joia
de ouro em focinho de porca, assim é a mulher formosa que se aparta da
discrição"(11:22).
Aqueles no mundo (e
muitos entre o povo de Deus, infelizmente) muitas vezes colocam muita ênfase na
aparência física. Embora a aparência de uma mulher possa ser a primeira coisa
que se notaria sobre ela, não deveria ser a base para julgar a qualidade de seu
caráter. No final do livro de Provérbios, quando a esposa virtuosa é descrita,
nada é dito sobre sua aparência, além de mencionar alguns materiais que seriam
usados para fazer roupas. Mas
há esta advertência: "Enganosa é a graça, e vã é a
formosura" (31:30). A beleza é passageira e não deve ser nossa
base para julgar alguém. Uma mulher pode ser bonita no exterior, mas se
ela "não tem discrição", o que significa que ela
exerce um fraco julgamento ao não cumprir suas obrigações perante Deus, então
sua beleza é como "uma joia de ouro no focinho de um
porco". A joia de ouro pode ser bela em si, mas não pode tornar o
porco feio em bonito. Da mesma forma, a aparência exterior de uma mulher pode
ser linda, mas sua aparência física não pode tornar seu caráter perverso e
mundano atraente para quem valoriza as coisas espirituais e a sabedoria divina.
"Toda mulher
sábia edifica a sua casa; a insensata, porém, derruba-a com as suas mãos" (14:1).
Este versículo
descreve a diferença entre encorajamento e desânimo. A mulher sábia - que seria
uma boa esposa - é encorajadora para os outros e procura edifica-los. A mulher
insensata - que seria uma pobre esposa - derruba outros e é um desânimo para
eles.
"Melhor é
morar num canto do eirado, do que com a mulher rixosa numa casa ampla" (21:9).
"A goteira contínua num dia chuvoso e a mulher rixosa são semelhantes;
retê-la é reter o vento, ou segurar o óleo com a destra" (27:15-16).
Pedro falou
das "mulheres santas" que viveram há muito tempo e
que eram "submissas aos seus maridos; assim como Sara obedeceu a
Abraão, chamando-o senhor" (1 Pedro 3:5-6). Deus sempre colocou a
responsabilidade de submissão sobre as mulheres desde o início, quando ele
criou Eva para ser "uma ajudadora que seja idônea" para
Adão (Gênesis 2:18). A "mulher rixosa" é o oposto da
esposa submissa. Ela é como o "A goteira contínua num dia
chuvoso" por ser uma fonte de agravamento regular para ele.
Através da irritação, brigas, escarnio, antagonismo e contenda que ela força
seu marido a suportar, ela faz com que ele pense que ele seria melhor
viver "num canto do eirado" (21:9) ou "em
uma terra deserta"(21:19), e não com ela. Uma mulher rixosa faz com
que seja impossível ter harmonia em casa porque ela arrogantemente quer suas
vontades, em vez de submeter-se ao marido como sua "ajudadora
idônea"(Gênesis 2:18).
"Bebe a água
da tua própria cisterna, e das correntes do teu poço. Derramar-se-iam as tuas
fontes para fora, e pelas ruas os ribeiros de águas? Sejam para ti só, e não
para os estranhos juntamente contigo. Seja bendito o teu manancial; e
regozija-te na mulher da tua mocidade. Como corça amorosa, e graciosa cabra
montesa saciem-te os seus seios em todo o tempo; e pelo seu amor sê encantado
perpetuamente. E por que, filho meu, andarias atraído pela mulher licenciosa, e
abraçarias o seio da adúltera?" (5:15-20).
Deus concebeu o
casamento como a relação na qual um homem e uma mulher podem cumprir seus
desejos sexuais (Gênesis 2:24, Hebreus 13:4). O conselho de Salomão a seu filho
nestes versos é que ele deveria se contentar com sua esposa em relação à sua
relação sexual (5:15). Ele não deveria procurar a adúltera (5:20) - já vimos
advertências sobre ela em outras passagens (5:1-14, 6:24-35, 7:1-27, 9:13-18).
Ele adverte seu filho a não deixar " Derramar as tuas fontes para
fora" (5:16), dividindo sua atenção, apoio, cuidado e afetos entre sua
esposa (a quem devem ser dirigidos exclusivamente) e outros. Ele diz: "Seja
bendita o teu manancial" (5:18). Um manancial refere-se a uma
fonte. Neste contexto, é a fonte de sua vida, que é o seu coração (4:23). Seu
coração e sua vida serão abençoados enquanto se alegrar na "mulher
da tua mocidade" (5:18). Ele deve desfrutar de seu relacionamento
sexual e "pelo seu amor sê encantado perpetuamente" (5:19).
Perseguir desejos sexuais fora do casamento só leva a problemas. Cumprir
desejos sexuais dentro do casamento, como Deus pretendia, é uma grande bênção.
O Caráter da Esposa Virtuosa
Muitos leem a
passagem em Provérbios 31 da "esposa virtuosa" ou da "mulher
virtuosa" e presumem que o sábio está descrevendo a mulher ideal que não
existe na realidade. No entanto, embora a cultura e a tecnologia tenham mudado
desde a época do livro de Provérbios, a "esposa virtuosa" hoje tem o
mesmo foco que a descrita na seguinte passagem - temendo a Deus, apoiando o
marido, servindo a sua família e ajudando os outros. Não pode haver mudança na
cultura ou na tecnologia que justamente exigiria uma mudança de enfoque a partir
dessas quatro áreas fundamentais. Em vez de pensar na "esposa
virtuosa" de Provérbios 31 como um ideal que só existe em termos
abstratos, as mulheres hoje devem olhá-la e ver como elas podem imitá-la em
suas vidas.
"Mulher
virtuosa, quem a pode achar? Pois o seu valor muito excede ao de joias
preciosas. O coração do seu marido confia nela, e não lhe haverá falta de
lucro. Ela lhe faz bem, e não mal, todos os dias da sua vida. Ela busca lã e
linho, e trabalha de boa vontade com as mãos. É como os navios do negociante;
de longe traz o seu pão. E quando ainda está escuro, ela se levanta, e dá
mantimento à sua casa, e a tarefa às suas servas. Considera um campo, e
compra-o; planta uma vinha com o fruto de suas mãos. Cinge os seus lombos de
força, e fortalece os seus braços. Prova e vê que é boa a sua mercadoria; e a
sua lâmpada não se apaga de noite. Estende as mãos ao fuso, e as suas mãos
pegam na roca. Abre a mão para o pobre; sim, ao necessitado estende as suas
mãos. Não tem medo da neve pela sua família; pois todos os da sua casa estão
vestidos de escarlate. Faz para si cobertas; de linho fino e de púrpura é o seu
vestido. Conhece-se o seu marido nas portas, quando se assenta entre os anciãos
da terra. Faz vestidos de linho, e vende-os, e entrega cintas aos mercadores. A
força e a dignidade são os seus vestidos; e ri-se do tempo vindouro. Abre a sua
boca com sabedoria, e o ensino da benevolência está na sua língua. Olha pelo
governo de sua casa, e não come o pão da preguiça. Levantam-se seus filhos, e
lhe chamam bem-aventurada, como também seu marido, que a louva, dizendo: Muitas
mulheres têm procedido virtuosamente, mas tu a todas sobrepujas. Enganosa é a
graça, e vã é a formosura; mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada.
Dai-lhe do fruto das suas mãos, e louvem-na nas portas as suas
obras" (31:10-31).
"Mulher virtuosa, quem a pode achar? Pois o seu
valor muito excede ao de joias preciosas" (31:10). Ao fazer a pergunta - "Quem a pode
achar?" - O sábio não está dizendo que "uma esposa virtuosa" não
pode ser encontrada. Em vez disso, ele enfatiza o fato de que tal esposa é
rara, e é, portanto, "digna ... muito acima das joias". Portanto, por
ser tão valiosa, ela deve ser tratada como tal.
"O coração do seu marido confia nela, e não lhe haverá falta de
lucro. Ela lhe faz bem, e não mal, todos os dias da sua vida" (31:11-12). Como
uma "ajudadora idônea" (Gênesis 2:18), a esposa virtuosa procura
apoiar seu marido, em vez de egoisticamente perseguir suas próprias ambições e
desejos. Por causa de sua consistência nisso, seu marido é capaz de confiar
nela, e ele prosperará. Um de seus principais focos é que ela "lhe
faz bem, e não mal, todos os dias da sua vida".
"Ela busca lã e linho, e trabalha de boa vontade com as mãos" (31:13). A
lã e o linho que esta mulher procura por seu trabalho não são tecidos prontos,
mas a matéria-prima que provavelmente vem de seus próprios rebanhos e campos.
Isso sugere que a esposa virtuosa está disposta a trabalhar mais, ao invés de
tomar atalhos, quando é prudente fazê-lo. Ela não só é capaz, mas disposta a
trabalhar com as mãos. Ela faz isso, não de má vontade, mas com alegria.
"É como os navios do negociante; de longe traz o seu pão" (31:14). Os
navios mercantes estariam empenhados em comprar, vender e negociar. A esposa
virtuosa é como eles, na medida em que ela é capaz de obter alimento para sua
casa através dos bens que ela produz que ela é capaz de trazer para o mercado (31:24).
Ela também está disposta a trazer "pão de longe", significando o fato
de que seus pensamentos giram em torno do que é melhor para sua família, não o
que é mais conveniente para ela.
"E quando ainda está escuro, ela se levanta, e dá mantimento à sua
casa, e a tarefa às suas servas"(31:15). O fato de a esposa
virtuosa ter servas que trabalham para ela não deve levar-nos a descartar todo
o trabalho que ela faz como sendo não aplicável às mulheres de hoje. Na
verdade, vemos que a esposa virtuosa aproveita ao máximo seu tempo em que "quando
ainda está escuro, ela se levanta" e faz com que essas servas têm
as provisões (alimentos) e atribuições (porções) que eles precisam para o dia
seguinte.
"Considera um campo, e compra-o; planta uma vinha com o fruto de
suas mãos" (31:16). Mais cedo o sábio diz que o marido
desta mulher "confia nela, e não lhe haverá falta de lucro" (31:11).
A esposa virtuosa está disposta a gastar dinheiro. No entanto, ela não gasta
dinheiro egoisticamente em seus próprios desejos. Em vez disso, ela considera
cuidadosamente um campo e compra-o como um investimento para contribuir para a
família. "Ela planta uma vinha" do dinheiro que
ganha com a venda dos produtos que ela faz com suas próprias mãos (31:24).
"Cinge os seus lombos de força, e fortalece os seus braços" (31:17). Esta
mulher coloca um cinto em volta da cintura, não para mostrar ou ornamentar, mas
para ajudá-la no seu trabalho para a família. “Ela "fortalece os
seus braços" para que ela esteja pronta e capaz de realizar as várias
tarefas que são necessárias para cuidar de sua casa.
"Prova e vê que é boa a sua mercadoria; e a sua lâmpada não se apaga
de noite" (31:18). A esposa virtuosa vê lucro no
trabalho que faz. Com essa perspectiva positiva, ela exerce suas responsabilidades,
embora muitas vezes significa trabalhar longas horas - durante a noite - para
cuidar de sua casa.
"Estende as mãos ao fuso, e as suas mãos pegam na roca" (31:19). Isso
está relacionado com o versículo anterior que descreve a esposa virtuosa
como "buscando lã e linho, e trabalha de boa vontade com as
mãos" (31:13).
"Abre a mão para o pobre; sim, ao necessitado estende as suas
mãos" (31:20). Esta mulher não se preocupa apenas com
sua família. Ela também está ansiosa para ajudar aqueles que são menos afortunados.
Por causa do trabalho que ela faz, ela está em uma posição para fornecer ajuda
para eles.
"Não tem medo da neve pela sua família; pois todos os da sua casa
estão vestidos de escarlate. Faz para si cobertas; de linho fino e de púrpura é
o seu vestido" (31:21-22). A esposa virtuosa faz
preparativos para que sua casa esteja bem equipada para lidar com
circunstâncias desafiadoras. "Ela não tem medo da neve", porque
ela se prepara para isso. O homem sábio menciona especificamente ela fazendo
roupas para si mesma. Ela também fornece roupas para sua casa, quer fazendo-a
ela mesma ou obtendo-a através do fruto do seu trabalho.
"Conhece-se o seu marido nas portas, quando se assenta entre os
anciãos da terra" (31:23). Ser "conhecido
nas portas" e sentar-se "entre os anciãos da
terra" é uma indicação de que seu marido está em um lugar de
honra e respeito. Isto é possível, em parte, por ter uma "ajudadora
idônea" (Gênesis 2:18) que de maneira muito capaz cumpre as suas
responsabilidades dentro da casa para que ele possa se concentrar em suas
responsabilidades fora do lar.
"Faz vestidos de linho, e vende-os, e entrega cintas aos
mercadores" (31:24). Esta mulher está mais do que
disposta a contribuir para a renda da sua casa. Ela o faz, não deixando a casa
para encontrar trabalho em outro lugar, mas fazendo um trabalho que é uma
extensão do trabalho que ela já está fazendo dentro do seu papel no lar (31:13,
19, 21-22).
"A força e a dignidade são os seus vestidos; e ri-se do tempo
vindouro" (31:25). A roupa mencionada aqui é figurativa
e descreve seu caráter. Por causa de seu caráter, diligencia e sábia mordomia,
pode olhar com otimismo para o futuro. Como o homem sábio mais tarde menciona o
fato de que ela "teme ao Senhor" (31:30), também
podemos concluir que esse otimismo que ela tem está enraizado em sua fé em
Deus.
"Abre a sua boca com sabedoria, e o ensino da benevolência está na
sua língua" (31:26). A esposa virtuosa não está apenas
ocupada trabalhando com as mãos e cuidando das necessidades de sua casa, ela
também é ativa no ensino de outros. A sabedoria que ela ensina não é sabedoria
mundana, mas a sabedoria que vem de cima. Ela também ensina bondade, o que
deveria ser esperado, dado como ela trata os outros.
"Olha pelo governo de sua casa, e não come o pão da preguiça" (31:27). A
maior parte desta passagem sobre a esposa virtuosa descreve como ela se
concentra em sua casa. Esta é uma de suas principais preocupações. Há muitas
responsabilidades que vêm com isso, assim como ela "Olha pelo
governo de sua casa", ela é diligente em seu trabalho. O
estereótipo da dona de casa preguiçosa não é nada parecido com a mulher desta
passagem.
"Levantam-se seus filhos, e lhe chamam bem-aventurada, como também
seu marido, que a louva, dizendo: Muitas mulheres têm procedido virtuosamente,
mas tu a todas sobrepujas" (31:28-29). Como seu foco é
em grande parte direcionado para sua casa, particularmente seu marido e filhos,
estes são os que se levantam para abençoá-la e louvá-la. Seu marido reconhece
que quando comparado com outras mulheres, ela sobrepuja a todas. Ela é um
tesouro raro (31:10) e ele reconhece isso, como todo marido de uma esposa
virtuosa também deve reconhecer.
"Enganosa é a graça, e vã é a formosura; mas a mulher que teme ao
Senhor, essa será louvada"(31:30). O mundo valoriza o charme
e a beleza. No entanto, para que alguém possa apreciar essa esposa virtuosa,
ele deve entender o que é realmente importante. O charme só engana alguém a
acreditar que alguém é melhor do que seu caráter indica. A beleza física
significa pouco. Mas esta mulher é digna de louvor porque "teme ao
Senhor". Embora seu serviço a Deus seja apenas mencionado nesta
passagem, todo o trabalho que ela faz em apoiar seu marido, servir a sua
família e ajudar os outros indica que ela tem um forte desejo de servir ao
Senhor e cumprir as responsabilidades que Ele lhe deu no papel de esposa e mãe.
"Dai-lhe do fruto das suas mãos, e louvem-na nas portas as suas
obras" (31:31). A esposa virtuosa é digna de honra,
respeito e gratidão por todo o trabalho que faz. Este louvor não é privado, e
certamente não tácito. Em vez disso, o louvor que ela merece deve ser público
(“nas portas") para que todos possam reconhecer sua devoção e seguir seu
exemplo piedoso.