Os pentecostais têm tradicionalmente ensinado que o falar em línguas é a prova de que uma pessoa foi batizada com o Espirito Santo ou está cheia do Espírito Santo. Aqueles que defendem esta posição o fazem principalmente com base em um padrão que eles discernem em Atos.
Eles observam que quando os discípulos foram batizados pela primeira vez no Espírito no dia de Pentecostes, "todos eles ... começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem" (Atos 2:4). Da mesma forma, quando os gentios foram inicialmente cheios com o Espírito Santo, Pedro e os outros judeus cristãos reconheceram, "pois os ouviam falando em línguas e exaltando a Deus" (Atos 10:46). E quando os discípulos de João Batista receberam pela primeira vez esta bênção de Deus depois que Paulo pregou a eles e orou com eles, todos eles "falavam em línguas e profetizavam" (Atos 19:6). Nesta base, eles argumentam que todos devem procurar ser cheios do Espírito Santo (Efésios 5:18), e que eles vão saber que foram cheios quando falarem em outras línguas.
A maioria dos evangélicos rejeitam essa linha de argumentação por uma série de motivos. Há cinco argumentos convincentes que podem ser levantados contra ela.
- Em primeiro lugar, os detratores da doutrina da evidência inicial argumentam que é ilegítima hermenêutica basear uma doutrina sobre a narrativa histórica. Quando o historiador, Lucas relatou o que aconteceu; ele não ensinou o que deve sempre acontecer. Sua narrativa é descritiva, não prescritiva. Se tomarmos tudo o que Lucas registrou como uma receita de como a igreja deve ser, crer e se comportar, teríamos de insistir que todas as igrejas sejam comunistas (Atos 2:44-45) e que os lenços e aventais deveriam ser enviados para curar as pessoas (Atos 19:11-12).
- Em segundo lugar, a Bíblia fornece uma boa quantidade de ensino explícito (e não mera inferência histórica) sobre a evidência de ser cheio do Espírito, e nenhum deles gira em torno de falar em línguas. Quando as pessoas estão cheias do Espírito Santo, elas manifestam os frutos do Espírito, especialmente o amor (Gálatas 5:22-23; l Coríntios 13; Romanos 5:5). Suas vidas são caracterizadas por um zelo pelo Senhor, uma ousadia para proclamar a verdade e a santidade (Atos 1: 8; Romanos 8:2-6; 2 Coríntios 3:17-18; Gálatas 5:16-18). Se algum fenômeno carismático deve ser associado a ser cheio do Espírito, é a profecia - falar a palavra do Senhor com uma unção poderosa e reveladoras visões, Pedro ensinou que estes seguiriam o derramamento do Espírito Santo (Atos 2:17-18).
- Terceiro, se falar em línguas é a evidencia de a pessoa estar cheia do Espírito Santo, deveríamos esperar que essas pessoas que falam em línguas geralmente manifestassem mais do fruto do Espírito do que os outros. Mas esse não é inegavelmente o caso. Não era também o caso no Novo Testamento. Os crentes da igreja de Corinto falavam em línguas, mas Paulo os repreendeu por serem bebês espirituais (1 Coríntios 3:1-4).
- Em quarto lugar, parece claro a partir da epístola de Paulo aos Coríntios que ele não presumia que todos os crentes iriam falar em línguas em algum momento. Paulo pergunta, "são todos apóstolos? São todos profetas? São todos mestres? ... têm todos dons de curar? Falam todos em línguas?" (1 Coríntios 12:29-30). A resposta, naturalmente, é não. No entanto, Paulo encoraja todos os crentes a buscar continuamente, serem "cheios do Espírito" (Efésios 5:18). Isso parece sugerir claramente que Paulo não esperava que todos os crentes falassem em línguas e não identificava línguas como uma manifestação necessária de ser cheio do Espírito.
- Finalmente, em uma nota mais prática, como um ministro do evangelho posso atestar o fato de que a "doutrina da evidência inicial" inevitavelmente cria um cristianismo de duas classes, distinguindo entre aqueles que falam em línguas e os que não falam. O Novo Testamento não conhece essa classificação. Aqueles nos círculos pentecostais que não falam em línguas são encorajados a procurar esta prova.
No entanto, o Novo Testamento não contém relatos de crentes que procuram a experiência de falar em línguas. Até mesmo nos episódios em Atos que os pentecostais citam em apoio a posição deles, o ato de falar em línguas simplesmente acontece. Ninguém está procurando por ele.
Portanto, embora eu acredite que o dom de línguas é uma bênção, e que todos os crentes são encorajados a serem desejosos pelos dons espirituais (especialmente profecia), eu não acredito que falar em línguas é algum tipo de "evidencia" de ser cheio o espírito Santo.
Pr. Aldenir Araujo
Eles observam que quando os discípulos foram batizados pela primeira vez no Espírito no dia de Pentecostes, "todos eles ... começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem" (Atos 2:4). Da mesma forma, quando os gentios foram inicialmente cheios com o Espírito Santo, Pedro e os outros judeus cristãos reconheceram, "pois os ouviam falando em línguas e exaltando a Deus" (Atos 10:46). E quando os discípulos de João Batista receberam pela primeira vez esta bênção de Deus depois que Paulo pregou a eles e orou com eles, todos eles "falavam em línguas e profetizavam" (Atos 19:6). Nesta base, eles argumentam que todos devem procurar ser cheios do Espírito Santo (Efésios 5:18), e que eles vão saber que foram cheios quando falarem em outras línguas.
A maioria dos evangélicos rejeitam essa linha de argumentação por uma série de motivos. Há cinco argumentos convincentes que podem ser levantados contra ela.
- Em primeiro lugar, os detratores da doutrina da evidência inicial argumentam que é ilegítima hermenêutica basear uma doutrina sobre a narrativa histórica. Quando o historiador, Lucas relatou o que aconteceu; ele não ensinou o que deve sempre acontecer. Sua narrativa é descritiva, não prescritiva. Se tomarmos tudo o que Lucas registrou como uma receita de como a igreja deve ser, crer e se comportar, teríamos de insistir que todas as igrejas sejam comunistas (Atos 2:44-45) e que os lenços e aventais deveriam ser enviados para curar as pessoas (Atos 19:11-12).
- Em segundo lugar, a Bíblia fornece uma boa quantidade de ensino explícito (e não mera inferência histórica) sobre a evidência de ser cheio do Espírito, e nenhum deles gira em torno de falar em línguas. Quando as pessoas estão cheias do Espírito Santo, elas manifestam os frutos do Espírito, especialmente o amor (Gálatas 5:22-23; l Coríntios 13; Romanos 5:5). Suas vidas são caracterizadas por um zelo pelo Senhor, uma ousadia para proclamar a verdade e a santidade (Atos 1: 8; Romanos 8:2-6; 2 Coríntios 3:17-18; Gálatas 5:16-18). Se algum fenômeno carismático deve ser associado a ser cheio do Espírito, é a profecia - falar a palavra do Senhor com uma unção poderosa e reveladoras visões, Pedro ensinou que estes seguiriam o derramamento do Espírito Santo (Atos 2:17-18).
- Terceiro, se falar em línguas é a evidencia de a pessoa estar cheia do Espírito Santo, deveríamos esperar que essas pessoas que falam em línguas geralmente manifestassem mais do fruto do Espírito do que os outros. Mas esse não é inegavelmente o caso. Não era também o caso no Novo Testamento. Os crentes da igreja de Corinto falavam em línguas, mas Paulo os repreendeu por serem bebês espirituais (1 Coríntios 3:1-4).
- Em quarto lugar, parece claro a partir da epístola de Paulo aos Coríntios que ele não presumia que todos os crentes iriam falar em línguas em algum momento. Paulo pergunta, "são todos apóstolos? São todos profetas? São todos mestres? ... têm todos dons de curar? Falam todos em línguas?" (1 Coríntios 12:29-30). A resposta, naturalmente, é não. No entanto, Paulo encoraja todos os crentes a buscar continuamente, serem "cheios do Espírito" (Efésios 5:18). Isso parece sugerir claramente que Paulo não esperava que todos os crentes falassem em línguas e não identificava línguas como uma manifestação necessária de ser cheio do Espírito.
- Finalmente, em uma nota mais prática, como um ministro do evangelho posso atestar o fato de que a "doutrina da evidência inicial" inevitavelmente cria um cristianismo de duas classes, distinguindo entre aqueles que falam em línguas e os que não falam. O Novo Testamento não conhece essa classificação. Aqueles nos círculos pentecostais que não falam em línguas são encorajados a procurar esta prova.
No entanto, o Novo Testamento não contém relatos de crentes que procuram a experiência de falar em línguas. Até mesmo nos episódios em Atos que os pentecostais citam em apoio a posição deles, o ato de falar em línguas simplesmente acontece. Ninguém está procurando por ele.
Portanto, embora eu acredite que o dom de línguas é uma bênção, e que todos os crentes são encorajados a serem desejosos pelos dons espirituais (especialmente profecia), eu não acredito que falar em línguas é algum tipo de "evidencia" de ser cheio o espírito Santo.
Pr. Aldenir Araujo
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"Parabéns pelo texto,disse tudo que eu pensava e acredito,mais uma vez parabéns.
ResponderExcluirCarlos R Paula
"Parabéns Pr pelo texto,disse tudo que eu acredito.mais uma vez parabéns."
ResponderExcluirERA TUDO ISSO QUE EU PRECISAVA, AMEI O ESTUDO PASTOR, EU JÁ ENTENDIA ASSIM, MAIS FALTAVA ESSE ESTUDO PRA COMPLETAR MEU ENTENDIMENTO E TB PASSAR AOS NOVOS CONVERTIDOS QUE TANTAS VEZES JÁ VI SEREM ILUDIDOS E ATÉ MACHUCADOS POR PREGADORES QUE NÃO TEM BASE NO QUE PREGA.
ResponderExcluirGLÓRIA A DEUS
Tirou a minha dúvida.... obrigado pastor.
ResponderExcluirPaulo combateu a bagunça, pois todos queriam se mostrar mais espirituais que os outros "falando em línguas", mas devemos lembrar que é um dom e o Espírito Santo dar a quem Ele quer e como convém. Muitos colocam peso nos irmãos, falando que o dom de línguas deve ser buscado, como um a MERITOCRACIA. Há diferença entre dom e fruto. Não podemos esquecer disso.
ResponderExcluirSe todos tivessem os mesmos dons, o Corpo(Igreja), seria mutilado...