Tema: Casamento
Texto: Gênesis 24:1-10; 61-67
A Bíblia recomenda cuidado na hora de escolher namorado (a)
É dito que Sócrates, o filósofo grego, ensinou aos seus discípulos o seguinte:
De todo jeito, casem-se. Se vocês conseguirem boas esposas, vocês serão duplamente abençoados. Se conseguirem más esposas, vocês tornar-se-ão filósofos... O que é bom para qualquer homem.
Observem que, segundo esta filosofia de vida, a pessoa com quem você se casa não importa tanto assim, porque o resultado final vai ser bom de qualquer jeito – Se você acertar com a escolha da esposa, você será feliz e abençoado; Se você errar, você será virtuoso. Porém, o que encontramos na Bíblia é o oposto deste conceito. Por exemplo, a maneira como Abraão abordou este assunto é oposta à maneira de Sócrates encarar a questão do matrimônio.
Contrário de Sócrates, o cuidado do Patriarca com a tentativa de encontrar a esposa certa para Isaque seu filho, reflete o valor que ele dava ao casamento. Se não, observe.
Não sei se você já notou, mas o capítulo mais longo de Gênesis não é o da criação (Gênesis 1 – com apenas 31 versículos!), por exemplo, mas o do casamento de Isaque (Gênesis 24 – com 67 versículos! – mais que o dobro de versículos de Gênesis 1). Por quê?
Como na Escritura Sagrada nada é por acaso, penso que a explicação fundamental é teológica. É que desde o Livro dos Princípios, Deus quer deixar claro o valor do casamento aos seus olhos. Mas, por quê? --
O casamento reflete a imagem do amor de Deus em Cristo pelo seu povo! (Efésios 5.22-33)
Cf. Mateus 22.1-14; 2Co 11.2-3; Romanos 7.4
O namoro é o caminho para o casamento. Por isso ele não pode ser banalizado nem menosprezado. É exatamente isto que Abraão procura pontuar aqui no capítulo 24 de Gênesis.
Porém, o que mais vemos são as pessoas usando de métodos aleatórios para escolher um namorado (a). São basicamente três os métodos mais usados pelas pessoas:
a) O MÉTODO CARNAL – Forma, tamanho, aparência, sex appeal (apelo sexual), personalidade – ou seja, neste método, a imagem é a consideração mais importante. A marca registrada desta abordagem é usar de astúcia e manipulação a fim de se obter o que se quer, às custa do discernimento e do amor.
b) O MÉTODO SUPER ESPIRITUAL – Esta abordagem deixa tudo na mão de Deus, abandonando toda e qualquer responsabilidade e iniciativa pessoal. As pessoas envolvidas veem até segundos de “coincidência” como “sinais” de Deus. Elas raramente passam junto tempo suficiente para se conhecerem a fim de tomarem decisões racionais. Elas simplesmente “rompem em fé”
c) O MÉTODO NATURAL – Poderíamos chamar este método de “namore quem você conseguir
namorar”. Isto geralmente acontece em comunidades pequenas, cidades pequenas, igrejas pequenas, onde não há muitas pessoas. Porém, “escolher” o que está disponível, por falta de opção, não é necessariamente escolher o melhor.
Por ora, iremos nos concentrar nos princípios que Abraão nos deixou sobre como decidir na hora de escolher com quem namorar e casar.
A juventude (e também seus pais) ganharia muito se estudasse cuidadosamente este capítulo de Gênesis em busca de princípios norteadores, visando a preparação para o namoro e o casamento, à medida que contemplam estas possibilidades. É o que faremos agora.
Antes de cairmos nos princípios propriamente ditos, faremos bem em entender a estrutura deste capítulo tão longo de Gênesis.
Gênesis 24
Há cinco atos neste episódio:
1) O pedido solene de Abraão ao seu servo de confiança (v. 1-9);
2) A viagem do servo pelo deserto e o seu encontro com Rebeca (v. 10-27);
3) A explicação do servo sobre sua missão aos pais de Rebeca e a resposta positiva (v. 28-53);
4) O pedido do servo de voltar imediatamente com Rebeca e o seu consentimento (v. 54-58);
5) A partida de Rebeca, a bênção de seus familiares, o encontro e o casamento com Isaque (v. 59-67)
Com isso em mente, vejamos quais são os princípios que nós podemos aprender na hora de decidir sobre namoro e casamento. Destaco 7!
Abraão tinha ouvido e visto a mão de Deus (Gênesis 22.20-24) preservando a sua descendência. Ele sabia que era Deus agindo em favor de Isaque e sua descendência!
Ouça as palavras piedosas e de sabedoria de seus pais. Isto é mandamento do SENHOR: (Provérbios 4.1-6)
Os conselhos piedosos dos pais são joias de sabedoria com as quais Deus presenteia os filhos. Precisamos valorizar esses tesouros.
Não siga a tendência dos últimos dias: 1 Sabe, porém, que nos últimos dias haverá tempos difíceis; 2 pois os homens amarão a si mesmos, (...) arrogantes, (...) desobedientes aos pais, (...),
4 orgulhosos, (...) 5 com aparência de religiosidade” (2 Timóteo 3.1-5).
NOTA: Observe que, com exceção da intercessão de Abraão por Sodoma (Gênesis 18), esta é a primeira oração registrada na Bíblia. Impressionante! Ele aprendeu a orar com Abraão e colocou em prática o que aprendeu na ora de achar a esposa de Isaque!
Ele ora buscando o discernimento do SENHOR. Sua oração é cheia de questões que ele levanta.
E foi exatamente o que ele viu, enquanto ele ainda orava de olhos bem abertos...
Essa jovem vem de berço e, além de bonita, ela é de um belíssimo caráter:
Faltava-lhe ainda mais uma evidência. Ela tinha de ser da descendência de Abraão. Não podia ser de outro lugar! (Fica aqui o princípio de que não pode haver jugo desigual – aquela história de que fulano (a) só falta ser crente, não serve para ele – 2 Coríntios 6.14-18!).
Rebeca tinha todas as qualidades, mas precisava ser descendente de Abraão. Era isso que o servo queria ouvir. Por isso pergunta...
23 e perguntou: De quem tu és filha? Dize-me, peço-te, se há lugar na casa de teu pai onde se possa passar a noite. 24 Ela lhe respondeu: Eu sou filha de Betuel, filho de Milca, que ela deu a Naor. 25 E prosseguiu: Temos bastante palha e forragem, e lugar para o pernoite. (Gênesis 24.23-25)
Esse servo orou, buscou, esperou, avaliou, refletiu e agora ele está certo de que Deus o dirigiu; por isso ele louva:
26 Então o homem inclinou-se e adorou o SENHOR, 27 dizendo: Bendito seja o SENHOR, Deus de meu senhor Abraão, que não retirou do meu senhor a sua bondade e a sua fidelidade; quanto a mim, o SENHOR me guiou no caminho à casa dos irmãos de meu senhor. (Gênesis 24.26-27)
28 A moça correu e relatou essas coisas aos da casa de sua mãe. 29 Rebeca tinha um irmão chamado Labão, que saiu correndo ao encontro daquele homem até a fonte, 30 pois tinha visto o pendente e as pulseiras nos braços de sua irmã, e ouvido as palavras de sua irmã Rebeca, que disse: Assim me falou aquele homem. Ele foi encontrar o homem, que estava em pé junto aos camelos, ao lado da fonte. 31 E disse: Entra, bendito do SENHOR. Por que estás aqui fora? Pois já preparei a casa e o lugar para os camelos. 32 Então o homem foi a casa e descarregou os camelos; deram palha e forragem para os camelos e água para lavar os pés dele e dos homens que o acompanhavam.
Qualidades e defeitos de família geralmente são carregados para os lares que formamos.
Essa atitude interesseira vista em Labão, será reproduzida na família de Rebeca e Isaque! (Gênesis 25.27-28)
Observe as relações entre os membros da família! Pense e pondere. Não se precipite.
Ao terminar a sua história ele lhes faz uma pergunta penetrante:
Portanto, se agora haveis de tratar com bondade e com fidelidade o meu senhor, dizei-o; se não, também dizei-o, para que eu vá para a direita ou para a esquerda. (Gênesis 24.49)
A resposta deles é positiva. Eles entenderam que era a mão do SENHOR:
50 Então Labão e Betuel responderam: Isso procede do SENHOR; nada podemos dizer, nem de mal nem de bem. 51 Rebeca está diante de ti, toma-a e vai; que ela se torne a mulher do filho de teu senhor, como disse o SENHOR. 52 Quando o servo de Abraão ouviu as palavras deles, prostrou-se em terra diante do SENHOR. (Gênesis 24.50-52)
Chegara o momento de Rebeca discernir por ela mesma (Gênesis 24.53-60):
53 Então o servo tirou joias de prata, joias de ouro e vestidos, e deu-os a Rebeca; também deu presentes de valor ao irmão e à mãe dela. 54 Então ele e os homens que estavam com ele comeram, beberam e passaram a noite. Quando se levantaram de manhã, o servo disse: Deixai-me ir de volta ao meu senhor. 55 E o irmão e a mãe da moça disseram: Deixa que ela fique conosco alguns dias, pelo menos dez dias, e depois ela irá. 56 Porém ele lhes respondeu: Não deveis me deter, visto que o SENHOR tem dado sucesso à minha missão; deixai-me partir, para que eu volte ao meu senhor. 57 E eles disseram: Chamaremos a moça e perguntaremos a ela mesma. 58 Então chamaram Rebeca e lhe perguntaram: Tu irás com este homem? Ela respondeu: Irei. 59 Então se despediram de sua irmã Rebeca, de sua ama, do servo de Abraão e dos homens que estavam com ele; 60 e abençoaram Rebeca, dizendo-lhe: Nossa irmã, sê tu a mãe de milhares de milhares, que a tua descendência domine a cidade de seus adversários!
Rebeca também entendeu o propósito e a mão de Deus por traz de tudo e, por isso, estava pronta a se submeter (e se submeter rapidamente, sem rodeios) à vontade do SENHOR.
Compromisso e sensibilidade espiritual são essenciais em ambas as partes.
Há cinco elementos que eu gostaria de destacar nestes versos finais, que estabelecem um fundamento sólido para o casamento, e que são importantes ainda no tempo de namoro:
a) ANTECIPAÇÃO SAUDÁVEL – Olhando para a história de Rebeca e Isaque nós percebemos que ambas as partes estavam esperando com expectativa pelo grande momento do encontro e da consumação.
Rebeca (Gênesis 24.58, 61)
58 Então chamaram Rebeca e lhe perguntaram: Tu irás com este homem? Ela respondeu: Irei. (...) 61 Assim Rebeca se levantou com as suas servas e, montando nos camelos, seguiram o homem; e o servo partiu, levando Rebeca.
Isaque (Gênesis 24.62-63)
62 Isaque tinha vindo do caminho de Beer-Laai-Roi, pois habitava na terra do Neguebe. 63 Isaque havia ido ao campo numa tarde para meditar e, levantando os olhos, viu que camelos se aproximavam.
Deve haver o desejo de unir a vida em matrimônio e desfrutar a vida na plenitude da vida a dois, como Deus planejou que fosse. Sem obsessão e pecado, é claro.
b) RELAÇÃO SANTIFICADA – Acho linda a forma tão decorosa como Rebeca aproximou-se de seu futuro marido (Gênesis 24.64-65):
64 Rebeca também levantou os olhos e, quando viu Isaque, desceu do camelo 65 e perguntou ao servo: Quem é aquele homem que vem pelo campo ao nosso encontro? O servo respondeu: É o meu senhor. Então ela pegou o véu e se cobriu.
Rebeca era linda (Gênesis 24.16), mas ela não queria explorar os seus contornos, ela queria revelar o seu caráter. É assim que uma mulher de Deus (e também um homem de Deus) deve se portar e se revelar.
c) PARTICIPAÇÃO SIMULTÂNEA – Observem que tanto Isaque como Rebeca partem para encontrarem-se um com o outro. É participação mútua e simultânea. Um relacionamento saldável envolve as duas partes contribuindo para o bem do outro e dos dois. Alguma coisa está errada quando uma parte só toma iniciativas. Essas iniciativas de participação simultânea devem começar e ser cultivadas no namoro.
d) COMUNICAÇÃO SINCERA – Quando Isque e Rebeca finalmente se encontraram, eles ouviram tudo o que o servo tinha para contar (v. 66). Saber ouvir começa no namoro.
e) EMOÇÕES SARADAS – Se há algo que o relacionamento de Rebeca e Isaque começa a nos mostrar nesse ponto da história é que as suas emoções começam a ser saradas no momento em que eles se conhecem. Principalmente as emoções dele.
Isaque levou Rebeca para a tenda de Sara, sua mãe; tomou-a, e ela se tornou sua mulher; e ele a amou. Assim Isaque foi consolado depois da morte de sua mãe. (Gênesis 24.67)
Intimidade, conforto, consolo e amizade compõem o ambiente certo para que haja confronto que produz crescimento. No namoro isso deve ser cultivado. Sem relacionamento sexual, é claro; mas com diálogo, afeto e Palavra de Deus.
Oito entre dez namorados transam pela primeira vez fazendo as pazes. Não estou inventando. O IBGE tem as estatísticas. (Luís Fernando Veríssimo)
Temo que Luís Fernando Veríssimo esteja correto em seu diagnóstico. E se estiver, arrisco dizer que esses oito entre dez namorados que transam para fazer as pazes, não aprendem a dialogar, não aprendem a curar as feridas emocionais uns dos outros, e não terão um bom relacionamento sexual, caso venham a se casar (já que é exatamente o diálogo e a saúde emocional que proporcionam sustentação para a vida sexual). É no namoro que se começa a lutar pela cura das emoções.
Algumas questões práticas
Adote os princípios ensinados neste capítulo da vida de Abraão. Eles não estão aqui por acaso. Sim, eles são custosos. Mas valerão a pena.
Autor: Pr. Leandro B. Peixoto
Texto: Gênesis 24:1-10; 61-67
A Bíblia recomenda cuidado na hora de escolher namorado (a)
É dito que Sócrates, o filósofo grego, ensinou aos seus discípulos o seguinte:
De todo jeito, casem-se. Se vocês conseguirem boas esposas, vocês serão duplamente abençoados. Se conseguirem más esposas, vocês tornar-se-ão filósofos... O que é bom para qualquer homem.
Observem que, segundo esta filosofia de vida, a pessoa com quem você se casa não importa tanto assim, porque o resultado final vai ser bom de qualquer jeito – Se você acertar com a escolha da esposa, você será feliz e abençoado; Se você errar, você será virtuoso. Porém, o que encontramos na Bíblia é o oposto deste conceito. Por exemplo, a maneira como Abraão abordou este assunto é oposta à maneira de Sócrates encarar a questão do matrimônio.
Contrário de Sócrates, o cuidado do Patriarca com a tentativa de encontrar a esposa certa para Isaque seu filho, reflete o valor que ele dava ao casamento. Se não, observe.
Não sei se você já notou, mas o capítulo mais longo de Gênesis não é o da criação (Gênesis 1 – com apenas 31 versículos!), por exemplo, mas o do casamento de Isaque (Gênesis 24 – com 67 versículos! – mais que o dobro de versículos de Gênesis 1). Por quê?
Como na Escritura Sagrada nada é por acaso, penso que a explicação fundamental é teológica. É que desde o Livro dos Princípios, Deus quer deixar claro o valor do casamento aos seus olhos. Mas, por quê? --
O casamento reflete a imagem do amor de Deus em Cristo pelo seu povo! (Efésios 5.22-33)
Cf. Mateus 22.1-14; 2Co 11.2-3; Romanos 7.4
O namoro é o caminho para o casamento. Por isso ele não pode ser banalizado nem menosprezado. É exatamente isto que Abraão procura pontuar aqui no capítulo 24 de Gênesis.
Porém, o que mais vemos são as pessoas usando de métodos aleatórios para escolher um namorado (a). São basicamente três os métodos mais usados pelas pessoas:
a) O MÉTODO CARNAL – Forma, tamanho, aparência, sex appeal (apelo sexual), personalidade – ou seja, neste método, a imagem é a consideração mais importante. A marca registrada desta abordagem é usar de astúcia e manipulação a fim de se obter o que se quer, às custa do discernimento e do amor.
b) O MÉTODO SUPER ESPIRITUAL – Esta abordagem deixa tudo na mão de Deus, abandonando toda e qualquer responsabilidade e iniciativa pessoal. As pessoas envolvidas veem até segundos de “coincidência” como “sinais” de Deus. Elas raramente passam junto tempo suficiente para se conhecerem a fim de tomarem decisões racionais. Elas simplesmente “rompem em fé”
c) O MÉTODO NATURAL – Poderíamos chamar este método de “namore quem você conseguir
namorar”. Isto geralmente acontece em comunidades pequenas, cidades pequenas, igrejas pequenas, onde não há muitas pessoas. Porém, “escolher” o que está disponível, por falta de opção, não é necessariamente escolher o melhor.
Princípios confiáveis na hora de decidir
Há três decisões fundamentais na vida de qualquer ser humano:- Sobre a salvação (diz respeito à vida eterna)
- Sobre a relação (diz respeito à vida a dois e à família)
- Sobre a vocação (diz respeito ao serviço)
Por ora, iremos nos concentrar nos princípios que Abraão nos deixou sobre como decidir na hora de escolher com quem namorar e casar.
A juventude (e também seus pais) ganharia muito se estudasse cuidadosamente este capítulo de Gênesis em busca de princípios norteadores, visando a preparação para o namoro e o casamento, à medida que contemplam estas possibilidades. É o que faremos agora.
Antes de cairmos nos princípios propriamente ditos, faremos bem em entender a estrutura deste capítulo tão longo de Gênesis.
Gênesis 24
Há cinco atos neste episódio:
1) O pedido solene de Abraão ao seu servo de confiança (v. 1-9);
2) A viagem do servo pelo deserto e o seu encontro com Rebeca (v. 10-27);
3) A explicação do servo sobre sua missão aos pais de Rebeca e a resposta positiva (v. 28-53);
4) O pedido do servo de voltar imediatamente com Rebeca e o seu consentimento (v. 54-58);
5) A partida de Rebeca, a bênção de seus familiares, o encontro e o casamento com Isaque (v. 59-67)
Com isso em mente, vejamos quais são os princípios que nós podemos aprender na hora de decidir sobre namoro e casamento. Destaco 7!
1. Ouça e acate os conselhos piedosos de seus pais. v. 1-9
Aqui está um ancião (com seus 120 / 135 anos de idade). Ele acabou de sepultar a sua esposa (Gênesis 23). Ele sabe que o próximo grande acontecimento de sua vida será a sua partida para estar com o SENHOR (Gênesis 25).- Logo, ele se preocupa em ajudar seu filho a encontrar a sua outra metade (Gênesis 24).
Abraão tinha ouvido e visto a mão de Deus (Gênesis 22.20-24) preservando a sua descendência. Ele sabia que era Deus agindo em favor de Isaque e sua descendência!
Ouça as palavras piedosas e de sabedoria de seus pais. Isto é mandamento do SENHOR: (Provérbios 4.1-6)
Os conselhos piedosos dos pais são joias de sabedoria com as quais Deus presenteia os filhos. Precisamos valorizar esses tesouros.
Não siga a tendência dos últimos dias: 1 Sabe, porém, que nos últimos dias haverá tempos difíceis; 2 pois os homens amarão a si mesmos, (...) arrogantes, (...) desobedientes aos pais, (...),
4 orgulhosos, (...) 5 com aparência de religiosidade” (2 Timóteo 3.1-5).
2. Encharque o processo com oração (v. 10-14)
O servo fiel de Abraão partiu para a sua missão e, a postos, pôs-se a orar!NOTA: Observe que, com exceção da intercessão de Abraão por Sodoma (Gênesis 18), esta é a primeira oração registrada na Bíblia. Impressionante! Ele aprendeu a orar com Abraão e colocou em prática o que aprendeu na ora de achar a esposa de Isaque!
Ele ora buscando o discernimento do SENHOR. Sua oração é cheia de questões que ele levanta.
3. Procure por qualidades que revelem caráter (v. 15-20)
A beleza e a formosura passam, mas a qualidade do caráter permanece para sempre. É por isso que o servo de Abraão se concentra na beleza do caráter de Rebeca (quando ele orou).E foi exatamente o que ele viu, enquanto ele ainda orava de olhos bem abertos...
Essa jovem vem de berço e, além de bonita, ela é de um belíssimo caráter:
- Sensível às necessidades dos outros;
- Serva solícita, sempre pronta a ir além do que os outros pediam;
- Determinada, diligente, hospitaleira, compassiva, delicada; esforçada;
- Trabalhadora (1 camelo bebe em média 75,5 litros; 10 camelos juntos bebem 755 litros; ela com um balde de 12 litros deve ter feito mais ou menos 63 viagens!).
4. Reflita cuidadosamente sobre as evidências (v. 21-27)
É muito importante notar a forma como o servo de Abraão está procedendo a esta altura. Ele não se precipita em dizer que Deus o respondeu! Ele para e reflete nas evidências. (Gênesis 24.21)Faltava-lhe ainda mais uma evidência. Ela tinha de ser da descendência de Abraão. Não podia ser de outro lugar! (Fica aqui o princípio de que não pode haver jugo desigual – aquela história de que fulano (a) só falta ser crente, não serve para ele – 2 Coríntios 6.14-18!).
Rebeca tinha todas as qualidades, mas precisava ser descendente de Abraão. Era isso que o servo queria ouvir. Por isso pergunta...
23 e perguntou: De quem tu és filha? Dize-me, peço-te, se há lugar na casa de teu pai onde se possa passar a noite. 24 Ela lhe respondeu: Eu sou filha de Betuel, filho de Milca, que ela deu a Naor. 25 E prosseguiu: Temos bastante palha e forragem, e lugar para o pernoite. (Gênesis 24.23-25)
Esse servo orou, buscou, esperou, avaliou, refletiu e agora ele está certo de que Deus o dirigiu; por isso ele louva:
26 Então o homem inclinou-se e adorou o SENHOR, 27 dizendo: Bendito seja o SENHOR, Deus de meu senhor Abraão, que não retirou do meu senhor a sua bondade e a sua fidelidade; quanto a mim, o SENHOR me guiou no caminho à casa dos irmãos de meu senhor. (Gênesis 24.26-27)
- Reflita cuidadosamente sobre as evidências, aja em obediência a Deus e na hora certa você haverá de louvar ao SENHOR. Tenha Fé!
5. Observe as relações entre os membros da família (v. 28-32)
Rebeca corre para contar toda a história à sua família. É a chance de o servo conhecer a forma como os familiares de Rebeca se relacionavam.28 A moça correu e relatou essas coisas aos da casa de sua mãe. 29 Rebeca tinha um irmão chamado Labão, que saiu correndo ao encontro daquele homem até a fonte, 30 pois tinha visto o pendente e as pulseiras nos braços de sua irmã, e ouvido as palavras de sua irmã Rebeca, que disse: Assim me falou aquele homem. Ele foi encontrar o homem, que estava em pé junto aos camelos, ao lado da fonte. 31 E disse: Entra, bendito do SENHOR. Por que estás aqui fora? Pois já preparei a casa e o lugar para os camelos. 32 Então o homem foi a casa e descarregou os camelos; deram palha e forragem para os camelos e água para lavar os pés dele e dos homens que o acompanhavam.
Qualidades e defeitos de família geralmente são carregados para os lares que formamos.
Essa atitude interesseira vista em Labão, será reproduzida na família de Rebeca e Isaque! (Gênesis 25.27-28)
Observe as relações entre os membros da família! Pense e pondere. Não se precipite.
6. Veja se há compromisso espiritual em ambas as partes (v. 33-60)
À mesa, na casa dos familiares de Rebeca, o servo de Abraão não comeu até contar o que lhe fazia estar ali (v. 33-38). Ele repete toda a história nos seus mínimos detalhes (v. 39-48).Ao terminar a sua história ele lhes faz uma pergunta penetrante:
Portanto, se agora haveis de tratar com bondade e com fidelidade o meu senhor, dizei-o; se não, também dizei-o, para que eu vá para a direita ou para a esquerda. (Gênesis 24.49)
A resposta deles é positiva. Eles entenderam que era a mão do SENHOR:
50 Então Labão e Betuel responderam: Isso procede do SENHOR; nada podemos dizer, nem de mal nem de bem. 51 Rebeca está diante de ti, toma-a e vai; que ela se torne a mulher do filho de teu senhor, como disse o SENHOR. 52 Quando o servo de Abraão ouviu as palavras deles, prostrou-se em terra diante do SENHOR. (Gênesis 24.50-52)
Chegara o momento de Rebeca discernir por ela mesma (Gênesis 24.53-60):
53 Então o servo tirou joias de prata, joias de ouro e vestidos, e deu-os a Rebeca; também deu presentes de valor ao irmão e à mãe dela. 54 Então ele e os homens que estavam com ele comeram, beberam e passaram a noite. Quando se levantaram de manhã, o servo disse: Deixai-me ir de volta ao meu senhor. 55 E o irmão e a mãe da moça disseram: Deixa que ela fique conosco alguns dias, pelo menos dez dias, e depois ela irá. 56 Porém ele lhes respondeu: Não deveis me deter, visto que o SENHOR tem dado sucesso à minha missão; deixai-me partir, para que eu volte ao meu senhor. 57 E eles disseram: Chamaremos a moça e perguntaremos a ela mesma. 58 Então chamaram Rebeca e lhe perguntaram: Tu irás com este homem? Ela respondeu: Irei. 59 Então se despediram de sua irmã Rebeca, de sua ama, do servo de Abraão e dos homens que estavam com ele; 60 e abençoaram Rebeca, dizendo-lhe: Nossa irmã, sê tu a mãe de milhares de milhares, que a tua descendência domine a cidade de seus adversários!
Rebeca também entendeu o propósito e a mão de Deus por traz de tudo e, por isso, estava pronta a se submeter (e se submeter rapidamente, sem rodeios) à vontade do SENHOR.
Compromisso e sensibilidade espiritual são essenciais em ambas as partes.
7. Estabeleça um fundamento sólido para o casamento (v. 61-67)
Namoros saudáveis são importantes. Portanto, cultive hábitos santificadores que farão toda a diferença hoje e sempre, enquanto você se relaciona com alguém em potencial.Há cinco elementos que eu gostaria de destacar nestes versos finais, que estabelecem um fundamento sólido para o casamento, e que são importantes ainda no tempo de namoro:
a) ANTECIPAÇÃO SAUDÁVEL – Olhando para a história de Rebeca e Isaque nós percebemos que ambas as partes estavam esperando com expectativa pelo grande momento do encontro e da consumação.
Rebeca (Gênesis 24.58, 61)
58 Então chamaram Rebeca e lhe perguntaram: Tu irás com este homem? Ela respondeu: Irei. (...) 61 Assim Rebeca se levantou com as suas servas e, montando nos camelos, seguiram o homem; e o servo partiu, levando Rebeca.
Isaque (Gênesis 24.62-63)
62 Isaque tinha vindo do caminho de Beer-Laai-Roi, pois habitava na terra do Neguebe. 63 Isaque havia ido ao campo numa tarde para meditar e, levantando os olhos, viu que camelos se aproximavam.
Deve haver o desejo de unir a vida em matrimônio e desfrutar a vida na plenitude da vida a dois, como Deus planejou que fosse. Sem obsessão e pecado, é claro.
b) RELAÇÃO SANTIFICADA – Acho linda a forma tão decorosa como Rebeca aproximou-se de seu futuro marido (Gênesis 24.64-65):
64 Rebeca também levantou os olhos e, quando viu Isaque, desceu do camelo 65 e perguntou ao servo: Quem é aquele homem que vem pelo campo ao nosso encontro? O servo respondeu: É o meu senhor. Então ela pegou o véu e se cobriu.
Rebeca era linda (Gênesis 24.16), mas ela não queria explorar os seus contornos, ela queria revelar o seu caráter. É assim que uma mulher de Deus (e também um homem de Deus) deve se portar e se revelar.
c) PARTICIPAÇÃO SIMULTÂNEA – Observem que tanto Isaque como Rebeca partem para encontrarem-se um com o outro. É participação mútua e simultânea. Um relacionamento saldável envolve as duas partes contribuindo para o bem do outro e dos dois. Alguma coisa está errada quando uma parte só toma iniciativas. Essas iniciativas de participação simultânea devem começar e ser cultivadas no namoro.
d) COMUNICAÇÃO SINCERA – Quando Isque e Rebeca finalmente se encontraram, eles ouviram tudo o que o servo tinha para contar (v. 66). Saber ouvir começa no namoro.
e) EMOÇÕES SARADAS – Se há algo que o relacionamento de Rebeca e Isaque começa a nos mostrar nesse ponto da história é que as suas emoções começam a ser saradas no momento em que eles se conhecem. Principalmente as emoções dele.
Isaque levou Rebeca para a tenda de Sara, sua mãe; tomou-a, e ela se tornou sua mulher; e ele a amou. Assim Isaque foi consolado depois da morte de sua mãe. (Gênesis 24.67)
Intimidade, conforto, consolo e amizade compõem o ambiente certo para que haja confronto que produz crescimento. No namoro isso deve ser cultivado. Sem relacionamento sexual, é claro; mas com diálogo, afeto e Palavra de Deus.
Oito entre dez namorados transam pela primeira vez fazendo as pazes. Não estou inventando. O IBGE tem as estatísticas. (Luís Fernando Veríssimo)
Temo que Luís Fernando Veríssimo esteja correto em seu diagnóstico. E se estiver, arrisco dizer que esses oito entre dez namorados que transam para fazer as pazes, não aprendem a dialogar, não aprendem a curar as feridas emocionais uns dos outros, e não terão um bom relacionamento sexual, caso venham a se casar (já que é exatamente o diálogo e a saúde emocional que proporcionam sustentação para a vida sexual). É no namoro que se começa a lutar pela cura das emoções.
Algumas questões práticas
- Não entra em jugo desigual (Isaque e Rebeca são descendentes de Abraão).
- Rebeca foi conhecida em um local de respeito (não foi no “Bar-Zeado”).
- Ela não era uma moça “folgada” (trabalhava pesado e era de muita iniciativa).
- Ela não ficava de insinuação por aí; era modesta, apesar de muito bonita (subiu o véu).
- Ela não ficou enrolando; quando o servo chamou, ela foi logo.
Adote os princípios ensinados neste capítulo da vida de Abraão. Eles não estão aqui por acaso. Sim, eles são custosos. Mas valerão a pena.
- Abandone o método carnal (fazer como todo mundo, apelando para a sensualidade)
- Não se escore no método super espiritual (deixar tudo com Deus)
- Não espere no método natural (agir pressionado pela falta de opção)
Autor: Pr. Leandro B. Peixoto
@gayuh
ResponderExcluirThanks buddy for your participation.
God bless!